Indústria brasileira: PMI da indústria brasileira do Markit subiu a 49,1 em julho contra 48,7 em junho (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 10h32.
São Paulo - Diante de efeitos negativos da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/copa-do-mundo-2014">Copa do Mundo</a></strong>, a atividade da indústria brasileira teve contração pelo quarto mês seguido em julho, com mais uma queda na produção e na entrada de novos pedidos ofuscando o aumento de funcionários, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (<strong><a href="https://exame.com.br/topicos/pmi">PMI</a></strong>, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira.</p>
O PMI da indústria brasileira do Markit subiu a 49,1 em julho contra 48,7 em junho, mas esta foi a quarta vez seguida em que o índice ficou abaixo do nível de 50 que separa crescimento de contração.
Segundo o Markit, o resultado indica "uma deterioração modesta das condições operacionais", sendo que apenas os produtores de bens de capital tiveram melhora nas condições de negócios.
"Embora os dados sejam consistentes com a desaceleração da economia como um todo, também reflete rupturas provocadas pela Copa do Mundo em junho e julho", disse o economista-chefe do HSBC André Lóes.
O subíndice de produção registrou contração pelo quarto mês seguido, melhorando apenas marginalmente a 46,9 depois de atingir a mínima de 33 meses de 46,1 em junho. Nesse quesito, os produtores de bens intermediários e de consumo registraram quedas robustas, enquanto os de bens de capital aumentaram a produção.
"Exatamente 21 por cento dos entrevistados notaram uma queda de produção, com vários citando a Copa do Mundo como a principal razão da demanda mais baixa", destacou o Markit.
O volume de novos pedidos também diminuiu pelo quarto mês seguido, e as novas encomendas para exportação tiveram queda pela primeira vez desde abril, sendo que em ambos os casos os produtores citaram os efeitos negativos da Copa do Mundo sobre a demanda global.
Por outro lado, o nível de emprego aumentou em julho diante das oscilações da demanda, interrompendo três meses de cortes. Porém, a taxa de criação de vagas foi apenas modesta, uma vez que apenas o subsetor de bens de capital registrou aumento.
A indústria brasileira vem sendo o principal peso sobre a economia brasileira, com a perspectiva de o setor encolher 1,15 por cento neste ano, segundo economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central.
A produção industrial de junho recuou 1,4 por cento, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), marcando o quarto mês seguido de retração na pior série de perdas desde 2010.