Economia

Presidente do PSL não descarta privatizar a Petrobras no longo prazo

Segundo ele, no entanto, no curto prazo a empresa precisa passar por um processo de revitalização

Jair Bolsonaro: candidato já chegou a pedir para membros da equipe de governo, incluindo Bebbiano, para se abster de fazer declarações durante a campanha presidencial (Pilar Olivares/Reuters)

Jair Bolsonaro: candidato já chegou a pedir para membros da equipe de governo, incluindo Bebbiano, para se abster de fazer declarações durante a campanha presidencial (Pilar Olivares/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 20h27.

Rio de Janeiro - O eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) não pretende privatizar a Petrobras no curto prazo, mas não descarta essa possibilidade mais para frente, após um processo de saneamento geral da estatal, disse o presidente do PSL, Gustavo Bebianno.

Segundo ele, o processo de saneamento da Petrobras no curto prazo passa obrigatoriamente por extirpar definitivamente da estatal integrantes do PT, MDB e outros grupos que desviaram bilhões de reais da estatal, no que foi conhecido como escândalo do petrolão.

"Não se pode mexer na Petrobras, que é um patrimônio brasileiro e precisa ser tratada como tal", disse Bebianno à Reuters. "A empresa precisa ser revitalizada, tem que tirar a petralhada toda de lá, tirar o pessoal do MDB de lá e aí pode ser que um dia a gente pense em privatização, mais para frente."

Ao ser questionado se após esse processo de saneamento ser implantado estaria aberto o caminho para uma privatização no médio prazo, Bebianno disse que sim, "mas muito mais para frente".

Um dos pilares da campanha de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal do Distrito Federal por supostas fraudes em operações com fundos de pensão de empresas estatais. Bebianno minimizou o caso e disse que o bombardeio dos opositores já era esperado diante da força que Bolsonaro mostrou nas urnas.

"O Paulo Guedes continua firme (conosco)", disse Bebianno. "Vão tentar nos abalar mas não vão conseguir. É óbvio que... vão continuar batendo", acrescentou.

Bebianno revelou na entrevista que o grupo de Bolsonaro já teria definido cerca de 40 nomes para a área econômica do eventual governo. Entre os escolhidos estariam nomes para as principais empresas públicas do governo como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Ele, no entanto, não quis revelar os nomes.

"Na área econômica já temos 40 nomes que já são do grupo... só posso falar do Paulo Guedes", disse. Sobre a reforma da Previdência, Bebianno declarou que o assunto está sendo tratado por Guedes.

SEGUNDO TURNO

O presidente do PSL afirmou que o partido e a campanha vem sendo procurados por diversos deputados e senadores dispostos a apoiar Bolsonaro, que terminou o primeiro turno da corrida presidencial com 46,03 por cento dos votos válidos e enfrentará o petista Fernando Haddad no dia 28 de outubro.

Ele citou anúncios já feitos pelo candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, e pelo governador eleito de Goiás pelo DEM, Ronaldo Caiado.

Segundo Bebianno, no "mundo real" a campanha já tem apoio e supostamente votos necessários para garantir a vitória no segundo turno das eleições presidenciais.

O presidente do PSL voltou, no entanto, a levantar dúvidas sobre a lisura do processo de votação eletrônica, como Bolsonaro já havia feito logo após a definição do segundo turno entre ele e Haddad.

"No mundo real (já temos os votos) sim. Era para no mundo real ter ido no primeiro turno, mas com essas urnas inauditáveis!", disse "Por que a resistência ao voto impresso em algo que não é auditável?... O TSE vive dizendo que é seguro mas não deixa ninguém auditar", finalizou.

No último sábado, antes da votação em primeiro turno, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou que o sistema de votação eletrônico é "ágil, seguro, confiável e, sobretudo, auditável".

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018Fernando HaddadJair BolsonaroPSL – Partido Social Liberal

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito