Economia

BNDES volta a ter papel central em concessões, diz presidente

Ela admitiu ainda que o BNDES pode fazer muito mais do que faz, mas precisa de investimento interno, em tecnologia e canais alternativos de distribuição.

BNDES: "vai atuar desde a contratação do construtor até o contrato de concessão", diz Marques (.)

BNDES: "vai atuar desde a contratação do construtor até o contrato de concessão", diz Marques (.)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2016 às 17h57.

São Paulo - A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que o banco retomou o papel central nas concessões e que além da agenda federal será instituído um programa estadual.

A adesão de governadores, segundo ela, está "muito grande" e o BNDES deve divulgar em breve números da iniciativa que será feito junto ao Ministério das Cidades e Caixa Econômica Federal.

"O banco voltou a ter papel central que teve no passado em concessões, que teve na época PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Vai atuar desde a contratação do construtor até o contrato de concessão. O BNDES tem inteligência acumulada e sabe fazer esse papel", destacou ela, durante reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Maria Silvia reforçou que o foco prioritário da agenda do BNDES é o de saneamento que além de "bons requisitos, tem viabilidade econômica, enorme impacto social, no turismo, geração de empregos e ainda movimenta a cadeia da economia".

Ela disse ainda que o objetivo é universalizar a distribuição de água e coletas de esgoto e que outros setores importantes são o de eficiência energética, iluminação pública, etc.

A presidente do BNDES também reafirmou que o mercado privado não deve participar tão ativamente nos projetos de infraestrutura, mas que há uma "intensa discussão" com investidores locais e estrangeiros e que há "muito interesse".

"A confiança não retoma do dia para a noite. É preciso tempo. Estamos tendo uma discussão intensa com investidores brasileiros e estrangeiros. Há muito interesse", destacou Maria Silvia.

Ela admitiu ainda que o BNDES pode fazer muito mais do que faz, mas precisa de investimento interno, em tecnologia e canais alternativos de distribuição.

"A rede bancária é muito importante, mas estamos buscando inteligência a esse respeito (canais alternativos de distribuição) para ter mais capilaridade", disse Maria Silvia.

Segundo ela, o BNDES vai retomar postos avançados em todos os estados juntamente com a CNI que deixaram de funcionar. Maria Silvia explicou que eles serão normatizados dentro do BNDES e vão contribuir para renovação do conhecimento e divulgação de linhas de financiamento. Ela disse que detalhes serão divulgados em novembro.

Tesouro

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que a devolução antecipada de recursos que totalizamcerca de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional não trará problemas para a instituição.

"Do ponto de vista do País, a devolução de recursos é essencial para o abatimento da dívida bruta do Brasil e para retomarmos a confiança. Perdemos a credibilidade a tal ponto que a dívida líquida, que era um indicador usado, mudou e hoje é olhada a dívida bruta", explicou ela.

Segundo ela, o BNDES fez as contas de modo que a devolução dos recursos ao Tesouro não impacte em sua capacidade de emprestar, mas que preserve e também contribua para a redução global da dívida pública do Brasil.

Maria Silvia respondeu à proposta feita pela Fiesp que defende a desobrigação do banco de fazer a devolução antecipada de recursos ao Tesouro Nacional.

Ela ressaltou ainda que se o BNDES tiver problema de falta de captação de recursos será "muito bom",uma vez que poderá voltar a captar recursos no mercado e também poderá receber do Tesouro. "Poderemos voltar a captar. Faz tempo que não captamos", disse Maria Silvia.

A Fiesp defende que os recursos que voltarão ao Tesouro sejam aplicados em um plano de recuperação econômico-financeiro das empresas via capital de giro, debêntures, reestruturação de empresas, refinanciamento de dívidas vencidas com o BNDES e financiamento às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

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