Economia

Presidente do BC russo diz que inflação pode superar 7,5%

Autoridades admitiram que as tensões internacionais em torno da Ucrânia estão prejudicando a economia


	Elvira Nabiullina: previsões recentes deixam claro que a meta da inflação não será alcançada
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Exame)

Elvira Nabiullina: previsões recentes deixam claro que a meta da inflação não será alcançada (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Exame)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 09h07.

Moscou - A inflação dos preços ao consumidor na Rússia pode ultrapassar 7,5 por cento neste ano, disse a presidente do banco central do país, Elvira Nabiullina, nesta quinta-feira, na mais recente admissão de autoridades de que as tensões internacionais em torno da Ucrânia estão prejudicando a economia.

O banco central tem como meta inflação 5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo neste ano, mas suas previsões mais recentes deixam claro que a meta não será alcançada.

"A inflação, pressionada por fatores externos e imprevisíveis, acelerou-se significativamente", disse a chefe do banco central em uma reunião semanal do governo.

"Já é óbvio que, baseado nos resultados de 2014, a meta de 5 por cento não pode ser cumprida. Com base em nossas estimativas, a inflação chegará a 7,5 por cento e pode até mesmo ser maior".

A inflação está subindo em parte pela proibição da importação de muitos alimentos, lançada pela Rússia em retaliação a sanções do Ocidente devido à Ucrânia, já disse o banco central.

O banco central tem três cenários de desenvolvimento econômico para os próximos três anos, mas pode também acrescentar outro cenário de "estresse", que contempla forte queda nos preços de petróleo.

O atual cenário "pessimista" do banco central já vê queda de 20 dólares por barril ou mais nos preços de petróleo bruto. Petróleo e gás respondem por certa da metade das receitas do governo russo.

Esse cenário estima que com a queda nos preços do petróleo, o Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia crescerá 0,5 por cento no ano que vem, 0,3 por cento em 2016 e 0,4 por cento em 2017.

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