Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda: Kuroda enfrenta um racha no conselho de nove membros com quatro expressando dúvidas sobre as projeções otimistas do BC japonês (Bogdan Cristel/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 08h35.
Nagoya/Tóquio - O presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou nesta segunda-feira que não vê necessidade de abrandar o compromisso do BC de alcançar inflação de 2 por cento em dois anos, destacando que o país está no caminho para cumprir a meta apesar dos riscos de crescimento fraco no exterior.
Ele também sinalizou a disposição do banco em manter sua política monetária bastante expansionista o tempo que for necessário para alcançar a meta de inflação, ou expandir mais seus estímulos se a economia e os preços ficarem muito abaixo de suas previsões.
Kuroda enfrenta um racha no conselho de nove membros com quatro expressando dúvidas sobre as projeções otimistas do BC japonês, incluindo dois céticos em relação à meta de preço que fizeram propostas sem sucesso em outubro para reduzi-la.
Muitos economistas também duvidam que o BC possa alcançar sua meta de inflação tão cedo.
Descrevendo a inflação de 2 por cento como "um padrão global" adotado pela maioria dos principais bancos centrais, Kuroda minimizou a visão de que a meta de preço é muito ambiciosa para um país atolado na deflação há 15 anos, ou de que o conselho do BC está dividido sobre a viabilidade da meta.
"Eu não acho que alcançar uma inflação de dois por cento em dois anos tenha se tornado difícil ou que essas visões tenham crescido (dentro do conselho)", disse Kuroda durante entrevista à imprensa após uma reunião com líderes empresariais em Nagoya.
"Não vejo necessidade e não tenho planos de modificar a meta".