Espanha: José Ignacio Sánchez Galán disse que as reformas na Espanha "não vão acabar" e que a economia do país já está entrando em uma nova fase. (AFP/ Philippe Huguen)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2013 às 14h19.
Nova York - O presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán, disse nesta quarta-feira em Nova York diante de representantes do mundo empresarial e financeiro americano que as reformas na Espanha "não vão acabar" e que a economia do país já está entrando em uma nova fase.
No começo da viagem que uma delegação do Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC) realiza ao longo desta semana pelos Estados Unidos, Sánchez Galán explicou que já é perceptível a "mudança de tendência" e que todas as previsões independentes apontam que a Espanha voltará a crescer em 2014 e inclusive antes.
O presidente de Iberdrola apresentou ao lado do economista Ángel Ubide, do Peterson Institute, as conclusões do relatório do CEC chamado "Espanha, país de oportunidades", que reflete a visão positiva que 15 grandes multinacionais espanholas tem das potencialidades do país e de sua capacidade para se recuperar.
Contra os pessimistas que no pior da crise previram que a Espanha não poderia se financiar, que faltava vontade política para reformar seu sistema produtivo e inclusive que a nação teria que abandonar o euro, Sánchez Galán afirmou que a "Espanha é um país solvente".
O executivo acrescentou que a Espanha "demonstrou sua capacidade de se financiar" e sua economia "já não está dirigida pela construção, mas pela inovação e pelas novas tecnologias".
Como exemplo dos exageros ditos sobre a Espanha, comentou que o custo real da reestruturação do setor bancário espanhol foi muito pequeno se comparado com o de outros países da Europa.
Em entrevista concedida antes da apresentação do relatório, Sánchez Galán pediu que as autoridades da União Europeia (UE) também façam seus "dever" e implementem a união bancária, que contribuiria para uma redução dos custos de financiamento para países periféricos como a Espanha.
"Se as empresas espanholas tivessem o mesmo nível de taxas de juros que as rivais de outros parceiros, seríamos ainda mais competitivos", apontou Sánchez Galán.
"Não foi feito tudo, mas tudo o que se fez está levando o país para o caminho do crescimento", disse em referência às mudanças introduzidos no sistema produtivo e regulador espanhol.
Entre outros dados, o relatório do CEC revela o "histórico" ajuste registrado na balança da Espanha por conta corrente: mais de 88 bilhões de euros em cinco anos graças ao crescimento das exportações, avaliado em 25% em relação aos níveis anteriores à crise.
Também foram "históricos", segundo o documento, o ajuste fiscal nas administrações públicas e a correção do endividamento levada a cabo pelo setor privado, de 4,9% do PIB em um só ano (2012), "um recorde para um país desenvolvido", afirmou na audiência o economista Ángel Ubide.
No debate posterior à apresentação, Sánchez Galán respondeu a uma pergunta sobre o risco das autoridades espanholas ficarem agora mais complacentes e menos decididas a completar as reformas que ainda restam por fazer, como a relativa à administração pública.
"As reformas não vão parar", disse. O executivo frisou que conhece pessoalmente alguns dos encarregados de levá-las a cabo, autoridades que "renunciaram a postos muito bem remunerados no setor privado para servir na administração" e que têm como compromisso a regeneração da economia espanhola.
O CEC é formado por grandes empresas espanholas, como Telefônica, El Corte Inglés, Mango, Grupo Barceló, Banco Santander, Repsol, Acciona, La Caixa, BBVA, Inditex, Grupo Planeta, Mapfre, ACS, Ferrovial, Havas Media Group, Mercadona, Iberdrola e o Instituto da Empresa Familiar (IEF).