Fiesp: "o Banco Central não se preocupa com os 12 milhões de desempregados", afirmou Skaf (.)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 19h44.
São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, criticou em nota a decisão anunciada nesta quarta-feira, 19, pelo Banco Central de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 14,25% para 14% ao ano.
"Redução dos juros é sempre bem-vinda, mas a timidez do corte de 0,25 ponto porcentual mostra que faltou coragem ao Banco Central para um corte maior da taxa de juros", comentou.
Skaf argumentou que, como a expectativa para os próximos 12 meses é de inflação de 5%, a taxa de juros real estaria em torno de 9% ao ano. "O Banco Central do Brasil não se preocupa com os 12 milhões de desempregados", afirmou.
ACSP
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, elogiou, em nota, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual.
"A decisão de reduzir a taxa Selic foi acertada, pois, além da continuidade da crise econômica, a inflação já está mostrando claros sinais de desaceleração, num contexto em que o ajuste fiscal avança por um bom caminho. Esperamos que seja realmente o início de um ciclo de redução dos juros, que ainda se encontram em patamar elevado", afirmou Burti.
CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que a redução de apenas 0,25 ponto porcentual na taxa Selic marca o início do ciclo de queda dos juros que o País precisa para sair da recessão.
Segundo a entidade, a decisão do Copom reflete a desaceleração dos preços e a expectativa de que a inflação alcançará o centro da meta de 4,5% em 2017.
A CNI lembra ainda, em nota, que a queda dos juros é essencial para a volta do crescimento da economia. "A redução da taxa Selic diminuirá os custos do crédito para as empresas e as famílias, melhorando as condições financeiras e estimulando o consumo e os investimentos. No entanto, a indústria alerta que a recuperação sólida e vigorosa da economia depende da aprovação das medidas de ajuste fiscal, como a imposição de limites ao aumento do gasto público e a reforma da Previdência", diz a nota.
Para a entidade, sem o ajuste fiscal, as ameaças de insolvência do setor público permanecerão e o País continuará convivendo com a insuficiência de recursos para financiar a expansão da economia.
SPC Brasil
Ainda que modesta, a redução da Selic hoje inicia um novo ciclo de contenção dos juros, benéfico para o cenário econômico atual. A avaliação é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Em nota, o SPC comentou que o corte da taxa básica em 0,25 ponto porcentual mostra que o Banco Central ainda vê riscos no cenário de convergência da inflação à meta.
"Apesar de os preços estarem cedendo nos últimos meses, a flexibilização da política monetária ainda dependia de sinais mais claros de convergência da inflação à meta. O passo modesto no início dos cortes de juros mostra que o Banco Central ainda vê riscos e que o ritmo de desinflação ainda é incerto, especialmente por conta da persistência da inflação de alimentos, que pode ter efeito sobre os demais preços da economia", afirmou o presidente do SPC, Roque Pellizzaro Junior.
Pellizzaro acrescentou que para decidir a Selic, o Copom "está acertadamente avaliando e dependendo do comportamento de variáveis que são premissas importantes para o cumprimento da meta: a inflação e as expectativas".
A nota do SPC cita ainda a evolução do ajuste fiscal, "que teve a sua primeira vitória com a aprovação da PEC (do teto) dos gastos em primeiro turno na Câmara dos Deputados e que tem impacto direto nas expectativas de melhora do cenário pelos empresários".