Economia

Presidente da CNI defende a jornada de 12h

Presidente da CNI voltou a criticar a legislação trabalhista e defendeu a proposta do governo de regulamentar jornadas de até 12h


	Robson Andrade: presidente da CNI voltou a criticar a legislação trabalhista e apoiou a formalização da jornada de 12h
 (José Cruz/Agência Brasil)

Robson Andrade: presidente da CNI voltou a criticar a legislação trabalhista e apoiou a formalização da jornada de 12h (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 07h38.

Buenos Aires - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, criticou a legislação trabalhista e defendeu o direito de um empregado ter uma jornada de até 12 horas por dia em certos casos, em linha com a proposta apresentada na quinta-feira, 8, pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

"Continuamos defendendo as 44 horas semanais, mas uma empresa que vai fazer uma obra de infraestrutura em Rondônia ou no Pará leva milhares de trabalhadores, 10 mil ou 12 mil, que não vão para lá para trabalhar 8 horas por dia. O cara vai para lá para ganhar dinheiro e trazer para a família. Ele vai para lá para trabalhar 10 ou 12 horas por dia, e a Justiça não permite. Mesmo que o trabalhador queira, a Justiça fala que só pode fazer duas horas extras."

A declaração foi dada em Buenos Aires, onde Andrade coordenava uma comitiva de 40 executivos de multinacionais interessados em retomar investimentos diante do processo de abertura na Argentina.

O grupo reivindicou ao governo de Mauricio Macri alterações no que considera travas aos negócios no país: tributação dupla, de remessas de dividendos e dos empréstimos de matrizes para filiais, por exemplo.

Regime

Andrade explicou o contexto em que citou há dois meses uma jornada semanal de 80 horas na França, episódio em que foi criticado, especialmente nas redes sociais. Ele disse que na ocasião equivocou-se ao dizer 80 em vez de 60 horas e que tampouco defendia esse regime para o Brasil.

"Eu estava explicando que o mundo não tem mais dogma, não existe mais nada 'imexível'. O governo francês falou que pode trabalhar lá até 60 horas semanais. Eu errei e na hora falei 80. Lá o pagamento de horas extras vai ser apenas de 10%, enquanto no Brasil é de 50% e, se for no domingo, é 100%. Foi isso que eu disse", justificou-se Andrade, em tom elogioso à iniciativa francesa.

Ele salientou que citou o exemplo dos europeus para mostrar como até "um país socialista" muda a legislação. Andrade riu ao lembrar que até sua secretária o questionou, após a confusão, se teria de trabalhar 80 horas por semana.

Andrade ainda criticou em Buenos Aires a ação da Justiça nos Jogos do Rio. "Lá na Olimpíada tem 30 mil ações trabalhistas. Não dos trabalhadores, mas da Justiça, por trabalho temporário."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaJornada de trabalhoLegislaçãoLeis trabalhistas

Mais de Economia

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta