Michel Temer: "O frango brasileiro chegava mais barato que o frango chinês, então eles tiveram que sobretaxar - vejam que há um certo protecionismo" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de julho de 2018 às 16h06.
São Paulo - O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que tratou da questão da sobretaxa do açúcar e do frango brasileiros com o presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula dos Brics na semana passada, na África do Sul, e afirmou que o líder chinês se comprometeu a analisar a questão.
"Eu tive 40 minutos, 50 minutos de conversa com o presidente Xi Jinping e coloquei basicamente a questão da sobretaxa do açúcar e a sobretaxa do frango. Interessante, um fato curioso, que ele me disse que a questão se refere à produção do açúcar à produção do frango lá na China. O frango brasileiro chegava mais barato que o frango chinês, então eles tiveram que sobretaxar -vejam que há um certo protecionismo", disse Temer em discurso a empresários antes de participar de almoço na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Ele (Xi) ficou de examinar tanto no caso do açúcar quanto no caso do frango. De fora a parte, a circunstância de que também tratei da questão das exportações de carne bovina e carne suína, que nós temos muito interesse na China. A China é um grande importador desses produtos", acrescentou.
Temer também disse durante seu discurso que em conversa com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, durante reunião da Aliança do Pacífico e do Mercosul, pediu a ampliação da cota de exportação do frango brasileiro àquele país.
"Nós temos uma cota de 300 mil toneladas de frango por ano (para o México). O que eu fiz na conversa (com Peña Nieto) foi exata e precisamente pedir a ampliação desta cota, porque nós estamos, mais ou menos, chegando nas 290 mil toneladas. Então nós estamos pedindo a ampliação desta cota", afirmou.
Temer afirmou ainda que defendeu junto ao presidente mexicano uma aliança entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, afirmando que a parceria viria ao encontro da Constituição brasileira, que determina que se busque uma aliança com países da América Latina.
Temer defendeu não fazer sentido que alguns países da região fiquem no Mercosul enquanto outros estão em outro grupo como a Aliança do Pacífico. Ele defendeu a ideia de uma união dos países dos dois blocos.