Economia

Preocupação com segurança cibernética aumenta gastos

Um estudo argumenta que o gasto mundial em cibersegurança se aproxima aos 70 bilhões ao ano e cresce a um ritmo de 10 a 15% anual


	O custo da segurança cibernética deve chegar aos 38%, ao longo dos próximos 10 anos em todas as indústria
 (Joel Saget/AFP)

O custo da segurança cibernética deve chegar aos 38%, ao longo dos próximos 10 anos em todas as indústria (Joel Saget/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 17h27.

Washington - A recente onda de ataques cibernéticos levou a maiores investimentos em segurança, mas o temor é que os hackers estejam ganhando terreno - segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Um estudo conduzido pela Rand Corporation baseado numa pesquisa entre diretores de empresas de informática argumenta que a preocupação crescente que surgiu a partir de incidentes de alta exposição fizeram com que a cibersegurança se tornasse uma prioridade para as organizações.

Os autores argumentam que o gasto mundial em cibersegurança se aproxima aos 70 bilhões ao ano e cresce a um ritmo de 10 a 15% anual, mas dizem que "seria insuficiente dizer que as empresas estão insatisfeitas com sua segurança".

"As empresas sabem o que gastam em cibersegurança, mas quantificar o que investem em prevenção de ataques de malwares é muito mais difícil", afirmou Lillian Ablon, pesquisadora da Rand e co-autora do relatório.

"A segurança cibernética é um processo contínuo que visa eliminar os pontos fracos e ser mais inteligente do que o atacante. Atualmente, a melhor coisa que você pode fazer para se defender é que seja muito caro atacar em termos de tempo, dinheiro, recursos e pesquisa".

O estudo revelou que o efeito de um ataque cibernético na reputação, mais do que os custos diretos, é o aspecto que mais preocupa os diretores informáticos de organizações.

Além disso, o estudo afirma que o custo da segurança cibernética vai aumentar em 38% ao longo dos próximos 10 anos em todas as indústrias, devido ao investimento em ferramentas e treinamento e gerenciamento de dispositivos pessoais, como telefones inteligentes que se conectam a redes corporativas.

"Uma das questões mais difíceis enfrentados pelas empresas estão a tomar contra-medidas hackers para evadir as defesas", disse.

"Os atacantes estão constantemente desenvolvendo medidas contra novas tecnologias de segurança que limitam ao longo do tempo a eficácia relativa dessas ferramentas e obrigam as empresas a investir em novas tecnologias para substituí-los".

- Um véu de sigilo -

Os pesquisadores argumentam que a segurança cibernética é difícil de avaliar, porque muito do que acontece está oculto ou é mantido em segredo. "Apesar da onda de ataques que vieram à tona nos últimos meses, os métodos utilizados pelos hackers para entrarem em sistemas ou contra-atacar não são divulgados".

"Apesar do pessimismo nesta questão, notamos que as empresas estão prestando mais atenção à segurança cibernética do que há cinco anos", afirmou Martin Libicki, autor do relatório.

Ele concluiu: "As empresas que não tinham um diretor de informática há cinco anos, agora têm e os presidentes estão mais dispostos a ouvi-los".

Acompanhe tudo sobre:HackersInternetInvestimentos de empresasseguranca-digital

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal