Economia

Preocupação com falta de água afeta confiança do consumidor

A falta de energia também pode ter influenciado


	Torneira pingando: o índice de confiança caiu de 96,2 para 89,8 pontos
 (Divulgação/Cesan)

Torneira pingando: o índice de confiança caiu de 96,2 para 89,8 pontos (Divulgação/Cesan)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 12h57.

Rio - Embora o pessimismo do consumidor seja resultado de um longo período de deterioração da confiança, a piora recente pode ter sido motivada também pela preocupação com a falta de água e energia em algumas regiões do País, afirmou Tabi Thuler, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 6,7% na passagem de dezembro para janeiro. O índice caiu de 96,2 para 89,8 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005.

"A piora na confiança tem motivação econômica, mas também tem influência de fatores não diretamente econômicos, como a preocupação com a falta de água e de energia elétrica", avaliou Tabi.

Mas a economista lembra que a tendência de queda na confiança do consumidor começou em 2012. "A gente acredita que tem certo desapontamento do consumidor com a extensão do período de baixo crescimento da economia. Continua a preocupação com a inflação, com o mercado de trabalho", citou Tabi.

Segundo a FGV, o pessimismo está disseminado entre os componentes do índice e também entre as faixas de renda familiar. A avaliação sobre o momento atual já vinha em mínimas históricas, mas, em janeiro, as expectativas também desceram ao menor patamar da pesquisa.

"A percepção que chega ao consumidor é de que o ano de 2015 ainda será difícil, de crescimento baixo, então essa preocupação com o mercado de trabalho se mantém", disse Tabi.

A pesquisadora lembra ainda que as medidas recentes de ajuste anunciadas pelo governo, como a alta dos juros, o encarecimento do crédito imobiliário e a elevação de impostos aumentaram a percepção de que a situação financeira das famílias ficará mais depreciada. "O consumidor avalia que a renda disponível está menor", completou.

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