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Prêmio Nobel de Economia vai para mulher pela primeira vez

A professora Elinor Ostrom vai dividir o prêmio com Oliver Williamson, ambos de universidades americanas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2009 às 12h42.

Os professores Elinor Ostrom e Oliver Williamson foram laureados com o Prêmio Nobel de Economia de 2009. Elinor, da Universidade de Indiana, é a primeira mulher a receber o Nobel de Economia desde que o prêmio foi criado, em 1969.

Os dois professores vão dividir o prêmio de 1,4 milhão de dólares por trabalhos separados sobre o mesmo tema: o impacto das transações econômicas fora dos mercados, nas empresas ou no meio ambiente.

A decisão do comitê sueco é menos controversa que a de 2008, quando o premiado foi Paulo Krugman, professor da Universidade Princeton e polêmico colunista do jornal New York Times. Crítico do governo Bush, Krugman acabou ganhando notoriedade devido ao desastre da política econômica que quase levou à implosão de Wall Street e à falência das maiores montadoras americanas.

O trabalho da professora Elinor Ostrom desafia a tradicional teoria da “tragédia dos comuns”, que afirma que o meio ambiente é destruído porque os homens de negócios consideram apenas os lucros e custos privados ao tomarem decisões que têm impacto sobre os bens públicos e os direitos difusos.

Para a teoria tradicional, é necessário que o governo imponha impostos ou taxas para reduzir os custos sociais dos investimentos privados. Esses teóricos se basearam na experiência de fazendas em países comunistas ou na degradação do meio ambiente para sustentar suas teses.

Elinor não refuta esses argumentos, mas afirma que os recursos naturais são protegidos sem a necessidade de intervenção governamental ou da Justiça. Ela demonstrou que a administração comum dos recursos naturais levou a resultados muito melhores do que os previstos pela teoria tradicional, principalmente quando a própria sociedade se encarregou de estabelecer regras para a gestão das riquezas.

Já o professor Williamson, da Universidade Berkeley, na Califórnia, estudou a governança econômica nas empresas e seus impactos sobre a sociedade. Ele defende que a existência de grandes corporações é a melhor maneira de resolver conflitos.

Segundo Williamson, empresas gigantescas não são necessárias em regiões onde compradores e vendedores se conhecem muito bem. Entretanto, quando as transações econômicas são complexas e envolvem dependência mútua, as corporações são estruturas muito mais eficientes devido à existência de hierarquia e regras claras.

A teoria de Williamson ajuda a explicar por que em alguns setores da economia existem companhias gigantes com posição dominante sobre os mercados enquanto em determinados segmentos as pequenas empresas ainda se mostram bastante competitivas. Além disso, Williamson enumerou os motivos para o crescimento da terceirização de determinados serviços nas companhias e também demonstrou por que grandes corporações frequentemente abusam de seu poder de mercado.

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