Fronteira da Índia com o Paquistão: exércitos, vivem sob clima de enorme tensão ao longo da fronteira fortemente militarizada, entraram em confronto em Poonch em janeiro (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2013 às 10h59.
Mumbai - Não há por que acreditar que a Índia voltará à crise econômica ocorrida em 1991, já que a taxa de câmbio da rúpia está ligada ao mercado e as reservas internacionais são adequadas, disse neste sábado o primeiro-ministro Manmohan Singh.
A terceira maior economia da Ásia está apresentando seu menor ritmo de crescimento em uma década, em um momento em que a rúpia, que teve a maior desvalorização da região neste ano, está atualmente em seu menor valor histórico, e o Banco Central do país tem recursos suficientes para pagar sete meses de importações.
"Não tem nada disso de volta a 1991", afirmou Singh em um artigo publicado pela Press Trust of India no website do jornal The Economic Times, referindo-se a uma crise na balança comercial que o país sofreu em 1991.
"Naquela época, o câmbio da Índia tinha índice fixo. Agora, está ligado ao mercado. Apenas corrigimos a volatilidade da rúpia." Em 1991, com reservas para cobrir apenas três semanas de importações, a Índia foi forçada a comprometer o seu ouro para pagar seus compromissos, e teve de realizar reformas para abrir a sua economia.
Singh era ministro das Finanças na época e é considerado o homem que salvou a economia da nação.
A notícia da agência afirmou que Singh reconhecia o déficit em conta corrente da Índia. Segundo ele, a grande quantidade de importação de ouro contribuiu para esse cenário. "Parece que estamos investindo muito em ativos improdutivos", afirmou.
A Índia está tentando reprimir a insaciável demanda de seus cidadãos por ouro, por meio de medidas como o aumento de impostos de importação, a proibição da importação de moedas e medalhões e a obrigação de que os compradores nacionais paguem em dinheiro.
O governo quer diminuir a importação de pedras preciosas neste ano para "bem abaixo" das 845 toneladas do ano passado.
As importações de tais itens no país, o maior comprador de pedras preciosas do mundo, atingiram um valor recorde de 162 toneladas em maio, após a queda dos preços internacionais, causando um aumento de 8 por cento nos impostos. Embora tenham caído para cerca de 31 toneladas em junho, as importações subiram para 47,6 toneladas em julho.
O atual déficit em conta corrente da Índia atingiu o valor recorde de 4,8 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto o crescimento econômico caiu para 5 por cento.
As preocupações de que os políticos estão perdendo o controle da moeda aumentaram nesta semana na bolsa de valores, que caiu 4 por cento na sexta-feira e teve seu maior declínio em um só dia em quase dois anos.