Visita à América Latina visa construir uma base de maior cooperação e comércio (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2014 às 14h10.
São Paulo - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse neste sábado que o seu país precisa olhar mais para a América Latina se quiser aproveitar melhor as vantagens dos crescentes fluxos comerciais.
Abe, falando a repórteres em São Paulo onde se encontrou com empresários brasileiros, disse que sua visita a cinco países da América Latina nos últimos dias teve o objetivo de construir uma base de maior cooperação e comércio.
Bancos japoneses ofereceram 700 milhões de dólares em empréstimos a vários projetos brasileiros durante sua visita.
Ele disse que o fim de 15 anos de deflação no Japão abriu um espaço significativo para ampliar o comércio e investir em países como Brasil, México e Chile.
Abe também quer acelerar as discussões com a Colômbia como parte de seus esforços para impulsionar o comércio com países latino-americanos do Pacífico.
"Considero minha viagem à América Latina o começo de um novo capítulo nas relações entre Japão e a região, um momento de mais cooperação", disse o premiê.
Algumas das maiores economias do mundo estão de olho na América Latina, onde uma classe média mais rica e negócios mais saudáveis estão gerando mais lucro. Por exemplo, México e Brasil têm planos de melhorar suas infraestruturas, um terreno fértil para companhias japonesas.
A América Latina tem um Produto Interno Bruto combinado de quase 6 trilhões de dólares e é rica em minerais e metais, alimentos, energia e outras commodities.
O Japão está competindo com China e Rússia pelo acesso à energia e aos minerais da América Latina. No mês passado, líderes dos Brics --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- criaram um banco de desenvolvimento de 100 bilhões de dólares e um fundo de reserva para estimular a cooperação e o comércio.
Questionado se o banco dos Brics poderia prejudicar a influência do Japão no mundo, Abe não quis comentar, mas disse que espera que o novo banco seja implementado sob os mesmos padrões de governança de outras instituições globais multilaterais.