Shinzo Abe é recebido por Dilma, na rampa do Palácio do Planalto (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 18h58.
Brasília - Em visita ao Brasil, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, alardeou o sucesso de suas políticas econômicas nesta sexta-feira e disse estar na hora de as duas nações expandirem sua parceria comercial e de investimento.
No ensejo da primeira visita de um premiê japonês ao Brasil em uma década, os bancos japoneses ofereceram 700 milhões de dólares em empréstimos para impulsionar as exportações brasileiras de soja e milho para o Japão e construir cascos para serem convertidos em plataformas flutuantes para a florescente indústria brasileira de extração de petróleo em alto mar.
Abe disse aos líderes empresariais brasileiros que o Japão encerrou um ciclo de deflação de 15 anos, desde que suas políticas de estímulo começaram a surtir efeito, e que há um grande potencial de expansão no comércio e no investimento com a maior economia da América Latina.
“Agora que o Japão está crescendo de novo, podemos crescer com outras nações”, declarou ele nos comentários traduzidos aos executivos.
“As empresas japonesas estão atentas ao Brasil e têm grandes expectativas”, afirmou Abe mais tarde, durante a assinatura de um acordo com a presidente Dilma Rousseff.
A Petrobras firmou um contrato de empréstimo de 500 milhões de dólares com o Mizuho Bank Ltd para construir oito cascos de plataformas para a produção de petróleo em alto mar.
O Sumitomo Mitsui Banking Corp (SMBC), principal divisão bancária do Sumitomo Mitsui Financial Group, concordou em emprestar 200 milhões de dólares para a empresa brasileira de agronegócio Amaggi, para projetos que irão melhorar os embarques de soja e milho para o Japão.
Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá juntar forças com o Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC, na sigla em inglês) para promover o investimento de pequenas e médias empresas japonesas no Brasil.
As empresas japonesas estão interessadas em investir na infraestrutura que o Brasil necessita para continuar a crescer, afirmaram autoridades dos dois países.
Um plano para construir um trem de alta velocidade ligando São Paulo e Rio de Janeiro é especialmente promissor, disseram.
O Japão é o sexto parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de comércio de 15 bilhões de dólares em 2013. O agronegócio brasileiro é o segundo maior fornecedor de soja e milho para o Japão.
Dilma agradeceu o país por abrir seu mercado à carne suína brasileira no ano passado, mas pediu a liberação da carne bovina brasileira, barrada pelo Japão e outros poucos países por medo da doença da vaca louca.
A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, assinou um contrato com a Japan Oil, Gas and Metals Corp (JOGMEC) para fortalecer a cooperação na mineração de carvão em Moçambique.
A Vale ainda renovou seus laços com o JBIC para financiar projetos de minério de ferro, carvão e outros tipos de mineração.