Economia

Premiê da China defende livre comércio e fala em economia forte

Li Keqiang também reiterou que a China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, e pediu negociações com Washington

Li Keqiang, sobre relação com os EUA: "não queremos ver nenhuma guerra comercial surgindo entre os dois países. Isso não tornará nosso comércio mais justo" (Oli Scarff/Getty Images)

Li Keqiang, sobre relação com os EUA: "não queremos ver nenhuma guerra comercial surgindo entre os dois países. Isso não tornará nosso comércio mais justo" (Oli Scarff/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 15 de março de 2017 às 08h06.

Pequim - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, assegurou aos investidores nesta quarta-feira que a segunda maior economia do mundo está forte e não corre o risco de um pouso forçado, ao mesmo tempo em que enfatizou o apoio de Pequim à globalização e ao livre comércio em um momento de alta do protecionismo.

Li também reiterou que a China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, e pediu negociações com Washington para encontrar uma base comum.

"Não queremos ver nenhuma guerra comercial surgindo entre os dois países. Isso não tornará nosso comércio mais justo", disse Li em sua entrevista anual à imprensa ao final da reunião do Parlamento da China.

"Nossa esperança do lado chinês é de que, não importa quais obstáculos essa relação atinja, esperamos que ela continue a avançar em uma direção positiva", disse ele.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem atacado a China em questões que vão do comércio ao Mar do Sul da China, e o que ele entende como falta de interesse em controlar a Coreia do Norte, que tem armas nucleares.

Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou classificar a China como um manipulador cambial e adotar fortes tarifas sobre as importações dos bens chineses.

Mas autoridades da China, maior exportador mundial do mundo e com amplo superávit comercial com os EUA, têm em geral adotado um tom conciliatório, pedindo que qualquer disputa seja enfrentada com discussões.

"Acredito que, qualquer que sejam as diferenças que possamos ter, podemos todos sentar e conversar e trabalhar para encontrar soluções", disse Li.

Empresas estrangeiras têm reclamado nos últimos anos de uma piora do ambiente empresarial na China, afirmando que as políticas do governo favorecem as companhias locais, embora Li diga que a China vai acelerar o ritmo em que abre sua economia a investidores estrangeiros.

Li reconheceu que há riscos internos e externos à economia da China, mas acrescentou que os rumores de uma desaceleração acentuada devem parar.

"Quase todo ano ouço uma previsão de que a economia chinesa terá um pouso forçado", disse Li. "Mas acredito que nosso desempenho econômico nos últimos anos...deve bastar para acabar com tais profecias de um pouso forçado."

A economia cresceu 6,7 por cento no ano passado e reduziu sua meta para este ano para cerca de 6,5 por cento, contra 6,5 a 7 por cento em 2016.

Acompanhe tudo sobre:ChinaGoverno

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto