Linha de trem na Lapa, zona oeste de São Paulo: bairro é um dos que cresceram e se firmaram ao longo da malha ferroviária (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - Hoje uma espécie de cicatriz urbana, a linha de trem que corta São Paulo desde os tempos do café será o novo fio condutor do desenvolvimento da capital. A Prefeitura tirou do papel ontem três operações urbanas, instrumento para adensar áreas e incentivar o mercado imobiliário. Ao longo da orla ferroviária, a ideia é que bairros tomados por galpões e cortiços ganhem investimentos públicos e, claro, novos espigões residenciais.
O plano contempla três grandes áreas - Lapa/Brás, em trechos das zona oeste e centro; Mooca/Vila Carioca, na zona leste; e Jacu, que segue o traçado da Avenida Jacu-Pêssego, também na zona leste. Tais operações urbanas já estavam contempladas no Plano Diretor de 2002 com outros nomes e perímetros, mas nunca foram regulamentadas.
As duas primeiras margeiam justamente a linha do trem, criada para transportar café do interior ao Porto de Santos e considerada um dos marcos iniciais do desenvolvimento na cidade. A Prefeitura quer agora induzir o mercado a investir nessas regiões, hoje tomadas por galpões abandonados de indústrias que se mudaram para o interior. Para as construtoras, é uma notícia mais do que bem-vinda, uma vez que essas são as últimas grandes áreas ociosas de São Paulo.
Já na região da Avenida Jacu-Pêssego, a intenção do governo é aproveitar o tráfego de caminhões e incentivar a ocupação por novas indústrias e empresas - visto que, concluído o seu prolongamento no segundo semestre, a avenida vai se transformar em uma espécie de substituta do Trecho Leste do Rodoanel, integrando as Rodovias Dutra e Ayrton Senna, a Radial Leste e a zona industrial de Itaquera.
Com as três novas Operações Urbanas, a Prefeitura pretende reverter a degradação urbana e o êxodo de moradores da região central, além de criar mais empregos e serviços. Só na nova Operação Urbana Lapa/Brás, a expectativa é atrair mais 400 mil moradores nos próximos 20 anos, o que representa 200 habitantes por hectare. Atualmente, a região possui 135 mil moradores - algumas áreas têm taxa de apenas 20 habitantes por hectare. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.