Petróleo: petróleo deve se recuperar na segunda metade do ano, com a produção não associada à Opep respondendo aos preços mais baixos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 10h57.
São Paulo - Os preços do petróleo devem atingir o fundo do poço no primeiro semestre de 2015, até que uma possível desaceleração na produção não convencional dos Estados Unidos ("shale") reduza o excedente exacerbado pela decisão da Opep de não cortar a extração, apontou uma pesquisa mensal da Reuters.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou no mês passado a manter a produção, repassando o ônus de quaisquer cortes de fornecimento para os não integrantes do grupo, como os produtores norte-americanos de óleo não convencional, com custos mais elevados.
"Os preços do petróleo serão menores, tornando a produção de óleo de 'shale' menos atraente para os investimentos, que são necessários para manter a produção de óleo crescendo", disse Carsten Fritsch, do Commerzbank.
O petróleo deve se recuperar na segunda metade do ano, com a produção não associada à Opep respondendo aos preços mais baixos, enquanto a demanda aumenta no decorrer do ano, mostrou a pesquisa.
O levantamento junto a 30 economistas e analistas projeta o Brent em média a 74 dólares por barril no próximo ano e a 80,30 dólares em 2016.
A previsão para 2015 agora é 8,50 dólares inferior à projeção média na pesquisa anterior da Reuters.
O número de novembro foi 11,20 dólares menor que o de outubro, marcando a maior rebaixamento nas previsões médias desde a crise econômica de 2008.
O Brent atingiu este mês mínimas de cinco anos abaixo de 60 dólares o barril, uma queda de quase metade ante o pico atingido em junho. O Brent tem uma média de 100,57 dólares até agora neste ano.
Por volta das 11h, o Brent operava com queda de 0,23 por cento, a 61,24 dólares o barril. O petróleo nos EUA também tinha queda de 0,56 por cento, a 56,81 dólares.
"Em termos de preço mínimo, nós pensamos que 60 dólares por barril será o nível em que rápido aumento da produção dos EUA vai sentir o aperto", disse a analista da ANZ Natalie Rampono.
"Cortes de fornecimento acima deste nível serão limitados a outros produtores menores, de alto custo dos Estados Unidos e do Canadá. Embora achemos que vai demorar de 6 a 12 meses para que esses cortes no abastecimento se tornem aparentes", acrescentou ela.
A pesquisa prevê que o petróleo nos EUA ficará, em média, a 68,70 dólares por barril no próximo ano, e 74,90 dólares em 2016. A commodity norte-americana tem uma média de 93,99 dólares até agora em 2014.