Açúcar: a safra 2016/17 do Nordeste do Brasil, iniciada em setembro de 2016, vem sendo prejudicada pela seca, que tem limitado o desenvolvimento da cana (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 18h02.
São Paulo - Os preços do açúcar cristal no mercado brasileiro devem continuar em patamares elevados ao longo de 2017, sustentados principalmente por estimativas de novo déficit mundial do adoçante, afirmou nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Embora tenha sido projetada uma leve recuperação de 3 por cento na produção global de 2016/17, para 171 milhões de toneladas, o volume não deverá ser suficiente para suprir a demanda, estimada em 174 milhões de toneladas, segundo números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), disse o Cepea.
No centro-sul do Brasil, região que responde por cerca de 90 por cento da safra de cana-de-açúcar do país, a produtividade da safra 2017/18, que se inicia em abril, deve ser limitada pela falta de cana bisada e por baixas taxas de renovação dos canaviais em anos anteriores, disse o Cepea.
Além disso, as áreas que deverão passar por renovação neste primeiro trimestre de 2017 só estariam no ponto de colheita em meados de 2018.
A safra 2016/17 do Nordeste do Brasil, iniciada em setembro de 2016, vem sendo prejudicada pela seca, que tem limitado o desenvolvimento da cana, reduzindo o volume colhido por hectare, observou o Cepea.
Com isso, a moagem pode ser encerrada antes que o previsto, aumentando o período da próxima entressafra na região.
Mas o cenário não é de todo negativo. O clima seco durante a colheita na região contribuiu para elevar o Açúcar Total Recuperável (ATR) médio, uma vez que a seca ajuda a concentrar mais açúcar na cana.