Preços ao produtor na China: avanço, o mais forte desde março, sinaliza contínua resiliência na economia da China e nos lucros do setor industrial (Getty Images)
Reuters
Publicado em 16 de outubro de 2017 às 08h41.
Pequim - A inflação dos preços ao produtor na China acelerou inesperadamente para a máxima de seis meses em setembro uma vez que o boom da construção não dá sinais de recuar e o combate do governo à poluição provoca temores de escassez no inverno e saltos nos preços das commodities.
A forte demanda da China por materiais de construção provocou um rali de commodities que já dura um ano e que ajuda a impulsionar a atividade industrial e a inflação no mundo.
O índice de preços ao produtor avançou 6,9 por cento em setembro ante o ano anterior, de 6,3 por cento em agosto, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira.
O avanço, o mais forte desde março, sinaliza contínua resiliência na economia da China e nos lucros do setor industrial, boa notícia para os líderes do Partido Comunista dois dias antes do Congresso do partido.
Analistas consultados pela Reuters esperavam que a inflação ao produtor em setembro repetisse a taxa de agosto de 6,3 por cento. Na comparação mensal, o índice teve alta de 1 por cento em setembro.
Os preços futuros de commodities da China tiveram fortes variações de preços nas últimas semanas uma vez que o governo entra em seu maior combate ambiental para reduzir a poluição no inverno.
Algumas siderúrgicas e empresas de carvão aumentaram a produção antes dos controles oficiais sobre a produção ou dos fechamentos nos próximos meses. Inspeções ambientais afetaram a cadeia de oferta e ampliaram a incerteza no mercado.
Os futuros do aço em Xangai saltaram quase 7 por cento na sexta-feira, provocando alta similar no minério de ferro.
Já o índice de preços ao consumidor na China avançou 1,6 por cento como esperado em setembro, contra 1,8 por cento em agosto.
Os preços dos alimentos, maior componente do índice ao consumidor, caíram 1,4 por cento sobre o ano anterior.