Fábrica: alta do índice do IBGE em agosto é mais um sinal do impacto da recente valorização do dólar sobre os preços sobre o atacado (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 09h59.
Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Produtor (IPP) acelerou para 1,48 por cento em agosto, registrando a terceira maior taxa da série histórica iniciada em 2010 e com alta disseminada entre as atividades, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
O resultado de agosto ficou abaixo apenas do de maio de 2012, quando atingiu 1,69 por cento, e do de janeiro de 2010, de 1,50 por cento. Em julho, o IPP subiu 1,21 por cento (dado revisado do 1,19 por cento divulgado inicialmente).
O IPP mede os preços "na porta das fábricas" e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.
A alta do índice do IBGE em agosto é mais um sinal do impacto da recente valorização do dólar sobre os preços sobre o atacado, o que já tinha sido mostrado pelos Índices Gerais da Fundação Getulio Vargas.
Alta generalizada
Vinte e duas das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta mensal de preços, contra 17 no mês anterior, segundo o IBGE.
As maiores variações positivas na comparação mensal ocorreram nos preços de alimentos (3,15 por cento), fumo (2,87 por cento), outros equipamentos de transporte (2,86 por cento) e calçados e artigos de couro (2,69 por cento).
Por sua vez, as maiores influências sobre o indicador em agosto vieram de alimentos (0,63 ponto percentual), outros produtos químicos (0,15 ponto), metalurgia (0,14 ponto) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,09 ponto).
No acumulado em 12 meses até agosto, o IPP apresentou alta de 5,97 por cento, ante 4,98 por cento em julho. Nesta base de comparação, as maiores variações ocorreram em fumo (16,18 por cento), outros produtos químicos (13,81 por cento), papel e celulose (11,90 por cento) e outros equipamentos de transporte (8,27 por cento).
Os principais impactos de alta vieram de outros produtos químicos (1,44 ponto percentual), alimentos (0,95 ponto), refino de petróleo e produtos de álcool (0,61 ponto) e metalurgia (0,54 ponto).
Diante do cenário de inflação alta, o Banco Central começou a apertar a política monetária em abril, tendo já elevado a taxa básica de juros a 9,0 por cento ao ano, e a expectativa do mercado é de mais aperto até o final deste ano.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombai, já afirmou que a política monetária brasileira não mudará, mesmo em face da decisão do BC dos Estados Unidos de manter o ritmo de compra de títulos para estimular a economia norte-americana.