Economia

Powell enfrenta Congresso após surpresa do mercado com inflação

Powell pode enfrentar questionamentos quando comparecer ao Congresso dos EUA nesta terça-feira para oferecer uma atualização sobre o apoio do Fed à economia durante a pandemia

Presidente do Fed, Jerome Powell Samuel Corum (Samuel Corum/Getty Images)

Presidente do Fed, Jerome Powell Samuel Corum (Samuel Corum/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 21 de junho de 2021 às 13h18.

Última atualização em 21 de junho de 2021 às 13h59.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, está sob pressão de investidores para encaixar as novas preocupações do banco central com a inflação em seu compromisso assumido há dez meses de buscar ganhos amplos e inclusivos no mercado de trabalho.

A reunião do Fed na semana passada confundiu o mercado sobre a nova abordagem para manter os aumentos de preços sob controle e dar continuidade ao crescimento do emprego. Várias autoridades de política monetária, como o presidente do Fed de Nova York, John Williams, e Eric Rosengren, do Fed de Boston, falam nesta semana e podem fornecer mais clareza após o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, dizer na semana passada que as taxas de juro podem precisar subir em 2022.

O próprio Powell pode enfrentar questionamentos quando comparecer ao Congresso americano na terça-feira para oferecer uma atualização sobre o apoio do Fed à economia durante a pandemia.

Em segundo plano: se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai oferecer a Powell um segundo mandato quando o atual expirar em fevereiro, além das fortes oscilações nos mercados financeiros na quarta-feira, quando investidores foram surpreendidos pela sinalização do Fed de que está se preparando para retirar o apoio de emergência para a recuperação da economia.

Surpresa

Investidores foram pegos de surpresa pela maior preocupação com os riscos de inflação revelada pelas autoridades do Fed por meio de projeções trimestrais atualizadas. As estimativas incluem dois aumentos dos juros em 2023, de acordo com a projeção mediana do banco central americano, em comparação com nenhum em março.

“A reação aos dados de inflação foi o que nos surpreendeu”, disse Brett Ryan, economista sênior do Deutsche Bank Securities. “Foi Powell reconhecendo que eles querem ser um pouco mais equilibrados na comunicação sobre a inflação, em vez de simplesmente descartar tudo como transitório.”

Nova estrutura do Fed

A reunião do Fed na semana passada também pode ter revelado uma preferência de política dentro da nova estrutura adotada em agosto, para garantir que as expectativas de inflação permaneçam bem ancoradas.

Antes da reunião, pesquisas mostravam as expectativas de inflação da população mais altas. Pesquisa com famílias realizada pelo Fed de Nova York indicou a inflação de três anos subindo para 3,6%, o maior nível desde 2013. O banco central americano prevê que a inflação subirá 3,4% neste ano, desacelerando para 2,1% e 2,2% nos próximos dois anos.

“Se os consumidores continuarem a antecipar uma inflação próxima de 3% nos próximos anos, a taxa de inflação real ficará bem acima de 2%”, disse na sexta-feira Andrew Levin, professor de economia do Dartmouth College.

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