Powell: presidente do órgão regulador enfatizou que a entidade queria ser paciente até ter certeza de que os dados econômicos e de emprego nos EUA estavam na direção certa (Anadolu Agency/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 18 de setembro de 2024 às 18h44.
O presidente do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira, 18, que a eleição presidencial de 5 de novembro não é levada em conta pela entidade ao tomar decisões sobre o rumo dos juros no país. “Nosso trabalho é apoiar a economia em nome do povo americano. Se acertarmos, isso beneficiará a população de forma significativa. Estamos focados nisso”, declarou Powell em entrevista coletiva após o banco central americano anunciar, pela primeira vez em quatro anos e meio, um corte nos juros de referência, nesta ocasião de meio ponto percentual.
Antes da eleição presidencial, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que tomar as decisões sobre juros nos EUA, não tem mais reuniões agendadas: as próximas serão realizadas em 6 e 7 de novembro, logo após o pleito, e em 17 e 18 de dezembro.
A reunião de terça e quarta-feira foi, portanto, a última antes de a vice-presidente e candidata pelo Partido Democrata à Casa Branca, Kamala Harris, e o ex-presidente e concorrente pelo Partido Republicano, Donald Trump, se enfrentarem nas urnas. Mas Powell deixou claro que essa data decisiva não influenciou o passo anunciado nesta quarta-feira. “Não aplicamos nenhum outro filtro”, disse ele a jornalistas.
Com o corte, a taxa de juros de referência ficou em uma faixa de 4,75% a 5%. O presidente do órgão regulador enfatizou que a entidade queria ser paciente até ter certeza de que os dados econômicos e de emprego nos EUA estavam na direção certa. De acordo com alguns economistas, a redução dos juros antes das eleições corre o risco de colocar em dúvida a independência do Fed em relação ao governo.