Economia

Poupança tem maior retirada líquida da história em março

Duas justificativas para o resultado são os reajustes na Selic e a preocupação em quitar dívidas em tempos de queda no consumo e no emprego


	O aumento dos juros fez os fundos de renda fixa passar a render mais do que a caderneta na maioria dos casos
 (Getty Images)

O aumento dos juros fez os fundos de renda fixa passar a render mais do que a caderneta na maioria dos casos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2015 às 16h14.

Brasília - O forte endividamento dos consumidores e a perda de atratividade provocada pela alta dos juros básicos fizeram a poupança registrar, em março, a maior retirada mensal líquida de recursos da história. No mês passado, os correntistas retiraram R$ 11,44 bilhões a mais do que depositaram na caderneta.

Em 2015, a retirada líquida da caderneta atinge R$ 23,23 bilhões. Em todos os meses do ano até agora, a poupança registrou captação líquida negativa. Em janeiro, os brasileiros tinham retirado R$ 5,53 bilhões a mais do que depositaram na aplicação financeira. Em fevereiro, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões.

O movimento de saque tem duas explicações. A primeira é a retirada de recursos pelos consumidores para saldar dívidas acumuladas em tempo de queda no consumo e no emprego. A segunda foram os reajustes na taxa Selic – juros básicos da economia – promovidos nos últimos meses.

Desde outubro do ano passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reajustou a Selic em 1,75 ponto percentual para encarecer o crédito e segurar a inflação. Atualmente em 12,75% ao ano, a taxa básica de juros está no maior nível em seis anos.

As taxas mais altas mudaram o rendimento da poupança desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic superou a marca de 8,5% ao ano. Pela regra, se a Selic estiver até esse nível, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros mais a Taxa Referencial (TR). Acima desse nível, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a TR.

O aumento dos juros fez os fundos de renda fixa passar a render mais do que a caderneta na maioria dos casos. Por lei, a poupança é isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração. Mesmo assim, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), os fundos tornaram-se mais vantajosos, principalmente em aplicações de mais de seis meses.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasDinheiroEstatísticasIndicadores econômicosJurosPoupançaSaquesSelic

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito