União no treino espanhol: partida contra Portugal vem dois dias depois da demissão do técnico Julen Lopetegui (François Lenoir/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2018 às 06h06.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 11h04.
Portugal e Espanha entram em campo às 15h desta sexta-feira naquela que tem tudo para ser a melhor partida da primeira fase da Copa do Mundo. Além da rivalidade histórica entre os vizinhos ibéricos, o confronto coloca frente a frente duas seleções que vivem momentos especiais dentre e fora de campo.
Os portugueses, liderados pelo melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, são os atuais campeões europeus, depois de uma surpreendente campanha na última edição da Eurocopa. Os espanhóis chegam à Rússia cotados como um dos favoritos em boa parte dos sites de estatísticas, com 20 partidas de invencibilidade e uma recente goleada de 6 a 1 contra a Argentina.
Como se sabe, a Espanha perdeu o técnico Julen Lopetegui há dois dias, demitido após não avisar a federação de futebol local de sua negociação para treinar o Real Madrid. Para a federação, foi uma quebra de confiança indescupável. O episódio só aumentou a rivalidade entre Madrid e Barcelona, que dividem as atenções políticas e esportivas do país. Em campo, a rivalidade está representada na dupla de zaga: Sérgio Ramos, capitão do Real Madrid, é madrilenho ferrenho; Gerard Piqué, ídolo do Barcelona, é uma das vozes mais firmes a defender a independência catalã.
Economicamente, o confronto também vem num momento ímpar. Depois de afundar na crise de 2008, alcançando taxas de desemprego superiores a 20%, os dois países viraram símbolo da recuperação europeia. Portugal passou a ser um dos países mais visitados e invejados do continente, com a adoção de políticas austeras que trouxeram dinamismo à sua economia e atraíram investimentos estrangeiros recordes.
A Espanha, apesar da crise política com a Catalunha, também passou a ser um dos países que mais crescem na Zona do Euro. Na semana passada, o novo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, recebeu elogios ao ser o primeiro governo da Europa a formar um gabinete majoritariamente feminino.
Em campo, os espanhóis esperam voltar a exibir na Copa a modernidade tática que lhes valeu o título na África do Sul, em 2010. A partida começa às 15h.