O ministro português das Finanças, Vitor Gaspar: o Eurogrupo aprovou na madrugada de sábado um encargo de 6,75% para todas as contas bancárias no Chipre com até 100 mil euros e de 9,9% para as de valor superior. (Miguel Riopa/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 17h49.
Lisboa - O ministro das Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, descartou nesta terça-feira a criação de uma taxa para poupadores no país, como aconteceu no Chipre, e afirmou que a medida desenvolvida pelo Eurogrupo para a ilha atendia necessidades específicas.
"Em Portugal, uma medida como uma contribuição sobre os depósitos está totalmente descartada, o mesmo pode se afirmar para os países de fora do euro", disse Gaspar após reunião parlamentar.
As declarações do ministro foram dadas um dia depois de o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter garantido que o sistema bancário do país é "dos mais estáveis e capitalizados" da União Europeia.
Segundo Gaspar, o estipulado pelos ministros de Finanças da zona do euro para salvar o Chipre da quebra aconteceu "em um contexto particular", pois se trata de um país com um "sistema bancário superdimensionado, com um peso elevado de aplicações financeiras de não residentes e com a necessidade de capitalização muito consideráveis".
O Eurogrupo aprovou na madrugada de sábado um encargo de 6,75% para todas as contas bancárias no Chipre com até 100 mil euros e de 9,9% para as de valor superior.
No entanto, nesta terça-feira, o Parlamento cipriota rejeitou por grande maioria o imposto a contas privadas colocada pelo Eurogrupo, mesmo depois que o Governo apresentou uma versão suavizada que deixava isentos as economias inferiores a 20 mil euros.
Da mesma forma que Irlanda e Grécia, Portugal, que atravessa a pior crise em décadas, afetado por um elevado índice de desemprego, foi resgatado em maio de 2011 por um empréstimo concedido pela UE e o Fundo Monetário Internacional.