Protestos em Portugal contra medidas de austeridade: o país tenta liberar a parcela de 2 bilhões da ajuda internacional que por enquanto está bloqueada (José Manuel Ribeiro/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2013 às 08h45.
Lisboa - O governo de Portugal corre contra o relógio para definir quais despesas serão reduzidas a fim de economizar 1,3 bilhão de euros em seu orçamento antes da próxima reunião do Ecofin e de uma visita extraordinária da troika para avaliar o resgate português.
O veto do Tribunal Constitucional a várias medidas de austeridade lançou dúvidas sobre a ampliação dos prazos de devolução dos fundos do resgate, de 78 bilhões de euros, que os ministros de Economia e Finanças europeus (Ecofin) decidirão na sexta-feira e no sábado em Dublin e que Lisboa tinha como certa.
Além disso, os técnicos da troika, composta por Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, que concederam e vigiam o programa de ajuda, farão uma avaliação extraordinária do cumprimento de seus compromissos nas próximas semanas, segundo fontes oficiais. Portugal depende dela para receber a parcela de 2 bilhões da ajuda internacional que por enquanto está bloqueada.
O Governo português já anunciou que cobrirá com cortes em saúde, educação, seguridade social e empresas públicas o montante de 1,3 bilhão de euros que custarão os pagamentos a funcionários públicos e aposentados e os auxílios-doença e desemprego cuja redução foi declarada inconstitucional pela Justiça.
O país tem poucos dias para fazer uma lista que seja convincente para os sócios e organismos europeus, cuja reação à sentença do Tribunal Constitucional foi pior que a demonstrada pelos mercados financeiros.
As declarações de autoridades e porta-vozes europeus não deixaram de lembrar a Portugal, com toda a clareza, que do cumprimento de seus compromissos depende tanto a melhora dos vencimentos do empréstimo como a entrega de suas próximas parcelas.
O imediato anúncio do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho de que fará mais cortes para compensar o veto judicial sem mencionar a possibilidade de pedir clemência a seus credores não pareceu suficiente para a UE.