BES: pode ser difícil evitar solução de uso de capital privado e fundos públicos para recapitalizar banco (Mario Proenca/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 14h33.
Lisboa - Autoridades portuguesas estão considerando o uso de fundos públicos para fortalecer o capital do <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/bes">Banco Espírito Santo</a></strong>, em complemento a dinheiro novo de investidores, disseram pessoas próximas ao processo na sexta-feira. </p>
Uma fonte disse que o BES provavelmente vai precisar de 3 bilhões de euros (4 bilhões de dólares) após um catastrófico prejuízo de 3,6 bilhões de euros no primeiro semestre esvaziar seus colchões de capital e reduzir seu índice de solvência abaixo do exigido pelo Banco de Portugal.
Após perdas maiores que o esperado, pode ser difícil evitar uma "solução mista" de uso de capital privado e fundos públicos para recapitalizar o maior banco listado do país, disseram duas fontes, para as quais uma solução ainda está sendo preparada.
O Banco de Portugal já havia dito que prefere uma solução de mercado, mas tem uma linha de recapitalização dos bancos disponíveis para garantir a solvência do BES. Um porta-voz do BES não quis comentar declaração do executivo-chefe Vitor Bento na quarta-feira, de que o banco ainda levantar capital de investidores, após alguns demonstrarem interesse em tomar participações significativas no BES.
Autoridades do governo e do banco central não quiseram comentar. Os investidores começaram a vender ações após revelações na quarta-feira de perdas maciças e potencial atividade ilegal, provocando queda de 42 por cento das ações na quinta-feira e outros 40 por cento na sexta-feira.
A queda acentuada no valor de mercado do BES tornou muito menos provável que o banco levante capital sem ajuda estatal. Uma terceira fonte disse que o governo português esteve em contato com o Banco Central Europeu na semana passada para tranquilizá-lo de que ainda tem acesso a 6,4 bilhões de euros para recapitalizar bancos, se preciso. O BCE assumirá a supervisão de grandes credores na zona do euro em 4 de novembro.