Economia

Portugal anuncia 9,2 bilhões de euros para combate ao coronavírus

Pacote consiste em 5,2 bi de estímulo fiscal, 3 bi de garantias de crédito lastreadas pelo Estado e 1 bi ligado a pagamentos de programas sociais

Coronavírus em Portugal (Horacio Villalobos/Getty Images)

Coronavírus em Portugal (Horacio Villalobos/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 18 de março de 2020 às 12h40.

O governo de Portugal anunciou nesta quarta-feira um pacote de 9,2 bilhões de euros para ajudar os trabalhadores e oferecer liquidez às empresas afetadas pelo pandemia de coronavírus.

O pacote equivale a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e consiste em 5,2 bilhões de estímulo fiscal, 3 bilhões de garantias de crédito lastreadas pelo Estado e 1 bilhão ligado a pagamentos de programas sociais.

"Agora é a hora de combater a pandemia, mas também de manter nossa economia funcionando", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno.

Centeno não detalhou qual impacto o coronavírus e as medidas adotadas para combatê-lo terão na economia, mas disse que o gasto inesperado representa 17,3% do PIB trimestral.

Trata-se de uma ameaça em potencial à trajetória de crescimento que Portugal testemunha desde 2014.

Depois de conseguir um crescimento de 2,2% em 2019, o governo socialista previa obter em 2020 o primeiro superávit orçamentário desde que o país se redemocratizou, além de um aumento de 1,9% do PIB.

Mas a economia voltada à exportação e dependente do turismo está sentindo o efeito da desaceleração causada pelo coronavírus, já que visitantes estão cancelando reservas em meio às restrições de viagens cada vez mais rígidas e ao temor de contágio.

Pouco mais de metade dos 3 bilhões de euros em linhas de crédito anunciados por Centeno visa empresas de turismo, hotéis e restaurantes. A outra metade visa indústrias como as de têxteis, roupas e madeira, e cerca de um terço será destinado a micro e pequenas empresas.

Outros 5,2 bilhões são medidas fiscais, como cronogramas flexíveis para pagamentos de impostos e contribuições sociais no segundo trimestre e uma redução das contribuições para programas sociais entre março e maio.

O governo também está conversando com o Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos a respeito de uma moratória temporária no cronograma de reembolso de empréstimos, que deve entrar em vigor até o final do mês, disse Centeno.

Portugal relatou 448 casos confirmados de coronavírus e duas mortes, muito menos do que os 13.716 casos e 558 mortes da Espanha. Centros comerciais, escritórios e fábricas fecharam ou diminuíram os serviços desde que o governo exortou as pessoas a se isolarem e trabalharem em casa.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa deve anunciar ainda nesta quarta-feira se o país entrará em estado de emergência, medida que se espera reduzir a movimentação de pessoas na nação.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusCrise econômicaPortugal

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito