Economia

Porto Rico deve dar calote em parte das obrigações

Muitos analistas alertam que os defaults de Porto Rico podem desencadear questionamentos na Justiça já nesta semana contra o território e suas agências


	Porto Rico: desde agosto, o governo vem dando calote em dívidas com menor proteção legal
 (WikimediaCommons)

Porto Rico: desde agosto, o governo vem dando calote em dívidas com menor proteção legal (WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 15h48.

Nova York - Porto Rico se prepara para pagar parte dos credores às custas de outros nesta segunda-feira, o que poderá criar novos confrontos entre credores, aprofundar a crise financeira por que passa o território norte-americano e elevar a pressão por uma intervenção do Congresso dos EUA.

Na semana passada, o governador Alejandro Garcia Padilla afirmou que a ilha pagaria cerca de US$ 330 milhões em bônus garantidos constitucionalmente, desviando recursos que iriam para o pagamento de obrigações com menor proteção legal.

O território livre associado aos EUA também deve deixar de pagar cerca de US$ 37 milhões em bônus, a maior parte pertencente ao Banco de Desenvolvimento Econômico para Porto Rico, conhecido como Prifa.

Muitos analistas alertam que os defaults de Porto Rico podem desencadear questionamentos na Justiça já nesta semana contra o território e suas agências.

A ilha passa por uma recessão econômica que já dura dez anos, enfrenta um declínio populacional e deve cerca de US$ 70 bilhões a investidores, o que levou Padilla a declarar sua dívida como impagável.

Desde agosto, o governo vem dando calote em dívidas com menor proteção legal.

A crise em Porto Rico deve também elevar o clamor por medidas por parte do Congresso norte-americano, onde a Casa Branca e os democratas tentam aprovar projetos que dariam um alívio temporário à ilha e permitiria a reestruturação da dívida.

Para Matt Fabian, da consultoria Municipal Market Analytics, o redirecionamento de receitas de um tipo de bônus para outro abre uma brecha para ações legais de seguradoras ou investidores. "Quem não recebe, processa", disse.

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