O pub The George Tavern em Londres, no Reino Unido (Dan Kitwood/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 23 de abril de 2017 às 08h00.
Última atualização em 23 de abril de 2017 às 16h58.
São Paulo - Um dos maiores símbolos do estilo de vida britânico está entrando em decadência: os pubs, visitados por metade dos turistas que passam por Londres.
Mas a cidade perdeu um quarto dos seus pubs desde 2001, uma média de 81 pubs fechados por ano, segundo um alerta recente da Prefeitura.
"Eu tornei uma prioridade chave proteger e fazer crescer a economia noturna, e isso simplesmente não é possível sem uma cena vibrante de pubs", diz a nota do prefeito Sadiq Khan.
Um dos principais culpados são os preços de propriedade, que triplicaram em Londres no mesmo período, com altas anuais na casa dos dois dígitos.
Não por acaso, algumas áreas centrais cobiçadas e campeãs em valorização também lideram a proporção de fechamento de pubs.
Há sinais de que esse processo esteja se amenizando, já que pela primeira vez os preços de Londres não estão liderando as altas nacionais.
Mas outros fatores também podem estar tendo um impacto direto, entre eles uma queda registrada no consumo de álcool (e mais especificamente de cerveja) e a proibição do fumo em lugares fechados.
Também pesam conflitos com a vizinhança, aumentos de impostos e regulações e a facilidade com que pubs podem ser transformados em escritórios e lojas.
O relatório da prefeitura destaca que o impacto dos pubs não é só cultural, mas também econômico.
Eles geram um a cada seis novos empregos para jovens entre 18 e 24 anos, e apesar da queda numérica de estabelecimentos, a quantidade de empregados subiu 8,7% e chegou a 46 mil pessoas em 2016.
Amy Lamé, responsável pela vida noturna da cidade, está fazendo uma consulta pública para coletar ideias que possam estimular a sobrevivência dos pubs.
Uma delas é que o ônus de garantir o isolamento acústico dos pubs seja colocado sobre aquele que quiser construir uma nova propriedade vizinha a eles.