Contêineres no Porto de Xangai, na China: comércio com o país cresceu em 2013 (Kevin Lee/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 12h25.
São Paulo - O crescimento de 7,7% da China em 2013, divulgado nesta manhã, veio acima da meta do governo, mas é o mais baixo desde 1999.
De uma forma ou de outra, o Brasil não tem do que reclamar da relação com seu principal parceiro comercial, que consome 20% das suas exportações (em 2003, eram meros 5%).
A balança comercial brasileira com os chineses teve superávit de US$ 8,7 bilhões no ano passado - acima de 2012 e o segundo melhor número da história, atrás apenas de 2011.
E isso em um ano fraco para o comércio exterior brasileiro, no qual o valor total das exportações caiu 0,16% e a balança comercial teve meros US$ 2,5 bilhões de superávit, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Exportações
O resultado foi puxado por um aumento de 11% nas exportações brasileiras para a China, que atingiram US$ 46,026 bilhões.
A pauta de produtos, no entanto, mudou bastante. A queda de 34% na exportação de manufaturados foi compensada por um aumento de 16,8% nos semimanufaturados.
Enquanto a exportação de soja subiu 44%, por exemplo, a de minérios de ferro aglomerados caiu 27%.
Importações
As importações cresceram também em 2013, mas a uma taxa levemente menor: 8,9%. Com isso, atingiram US$ 37,3 bilhões.
A pauta de produtos que a China envia ao Brasil também está mudando. Em algumas categorias como automóveis e microprocessadores, o valor mais que dobrou em 2013.
Histórico
A ascensão da China foi o principal motor do crescimento da economia mundial nas últimas duas décadas e gerou fenômenos como o aumento no preço das commodities e uma queda histórica da taxa de pobreza mundial.
Em 2013, a China ultrapassou os EUA e se tornou líder do comércio mundial. A previsão é de que o país se torne a maior economia mundial em algum momento na próxima década.