Carteira de Trabalho sobre anúncios de empregos: o porcentual equivale a 237 mil pessoas a mais na fila do desemprego (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 13h04.
Rio - Embora a taxa de desemprego tradicionalmente cresça na passagem de dezembro para janeiro, a virada de 2014 para 2015 trouxe um cenário especialmente ruim em alguns indicadores do mercado de trabalho.
O aumento de 22,5% na população desocupada em janeiro ante dezembro foi o maior para uma virada de ano na série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em março de 2002 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O porcentual equivale a 237 mil pessoas a mais na fila do desemprego. Combinado a um corte de 220 mil vagas, redução de 0,9% no total de ocupados, a taxa de desemprego aumentou de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro.
O resultado reflete ainda uma possível pressão do retorno de inativos ao mercado de trabalho. A população não economicamente ativa caiu 0,2% em janeiro ante dezembro, 34 mil indivíduos a menos fora da força de trabalho.
"É a primeira vez na série desde janeiro de 2003 que ocorre queda na população não economicamente ativa, sempre na comparação contra dezembro", observou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A deterioração na taxa de desemprego fica mais evidente na comparação com janeiro de 2014, que retira a questão sazonal. A taxa de desemprego era 0,5 ponto porcentual menor, aos 4,8%.
Também nesse tipo de comparação, a piora vem de um corte de vagas (109 mil trabalhadores dispensados) somado a um aumento no número de pessoas à procura de emprego (125 mil desempregados a mais).
Nesse caso, ainda houve ajuda da menor pressão sobre o desemprego decorrente da saída de pessoas do mercado de trabalho: 551 mil indivíduos aderiram à inatividade no período de um ano.