Economia

Poder de compra do trabalhador cresce em agosto, diz IBGE

Houve avanço de 1,7% na renda média habitual do trabalhador no mês


	Mulher conta dinheiro na carteira: a renda média ficou em R$ 1.883,00, mas o crescimento poderia ter sido ainda maior, se a desaceleração da inflação tivesse sido mais intensa
 (Dado Galdieri / Bloomberg)

Mulher conta dinheiro na carteira: a renda média ficou em R$ 1.883,00, mas o crescimento poderia ter sido ainda maior, se a desaceleração da inflação tivesse sido mais intensa (Dado Galdieri / Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 13h59.

Rio - O avanço de 1,7% na renda média habitual do trabalhador no mês de agosto em relação a julho foi possível devido ao arrefecimento da inflação no mês. "Há um ganho no poder de compra da população", avaliou o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.

Em agosto, a renda média ficou em R$ 1.883,00, enquanto em julho foi de R$ 1.851,01. Ele pondera, no entanto, que o crescimento poderia ter sido ainda maior, se a desaceleração da inflação tivesse sido mais intensa. Em 2013, a média para os primeiros oito meses do ano é de R$ 1.871,50, já ajustada pela inflação. O valor é 1,5% superior ao de 2012, de R$ 1.843,99.

Já a desaceleração na taxa de desemprego, que ficou em 5,3% em agosto ante 5,6% em julho, é consequência de uma redução na população desocupada.

"O que contribui para a retração da taxa de desocupação foi a queda significativa no contingente de desocupados", afirma Azeredo. Na comparação com julho, a queda foi de 83 mil pessoas (-6,0%), apesar de avanço de 0,6% em relação a agosto de 2012.

"Foi a menor taxa de desocupação para um mês de agosto, juntamente com agosto de 2012, quando a taxa já havia sido de 5,3%", ressalta Azeredo. "É a primeira inflexão significativa da taxa".

Apesar disso, o aumento da população ocupada, segundo o gerente da pesquisa, não refletiu um impacto tão significativo. Em relação a julho, houve acréscimo de 90 mil pessoas ao mercado de trabalho, avanço de 0,4%.

Em relação a agosto de 2012, foram criadas 274 mil vagas (+1,2%). Já a população em idade ativa se manteve estável ante julho e cresceu 0,9% (369 mil) ante agosto de 2012).

"A ocupação cresce em ritmo menor", destaca Azeredo. "Embora a população ocupada tivesse em um ano crescimento acima da população em idade ativa, isso não foi suficiente para gerar impacto significativo. O nível de ocupação ficou estável."

Outro destaque, segundo Azeredo, foi o avanço dos trabalhadores com carteira assinada, com alta de 3,1% ante agosto de 2012 e de 0,9% ante julho. Hoje, esse contingente representa 50,4% do mercado, de acordo com a pesquisa.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoEmpregosEstatísticasIBGEInflação

Mais de Economia

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal

Campos Neto: Piora nas previsões de inflação não é culpa de 'malvados da Faria Lima'