HSBC: a leitura de maior é consistente com um ritmo modesto de crescimento (Jerome Favre/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 11h16.
São Paulo - O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil subiu para 50,6 em maio, de 50,4 em abril, segundo divulgou, nesta quarta-feira, 4, o HSBC e Markit.
Entretanto, como o PMI do setor industrial caiu, o índice composto recuou marginalmente para 49,8, de 49,9, no mesmo período.
Segundo relatório do HSBC, embora o PMI de serviços ainda mostre expansão da atividade, a leitura de maior é consistente com um ritmo modesto de crescimento.
"Embora o volume mais elevado de novos pedidos e a Copa do Mundo tenha sido citado como fator responsável pelo aumento da atividade, houve menções de um ambiente econômico difícil pressionando o crescimento", afirma o banco no documento. A produção aumentou em quatro dos seis subsetores de serviços monitorados.
Com a alta do PMI de serviços em maio, o setor acumula 21 meses de expansão. De acordo com a pesquisa, onde houve um aumento do volume de novos negócios, este fato foi atribuído pelos entrevistados ao crescimento estável da demanda. Também houve, no entanto, comentários sobre pressões competitivas e condições econômicas difíceis.
O número de funcionário continuou a subir em maio, mas no ritmo mais lento desde agosto do ano passado. Os negócios pendentes nas empresas do setor privado também continuaram a diminuir.
De acordo com os provedores de serviços, os custos mais elevados com salários, combustíveis e importações levaram ao aumento dos preços de insumos. Porém, a taxa de inflação caiu, atingindo um recorde de baixa para a pesquisa.
A inflação de custo de insumos no setor privado como um todo caiu atingindo o seu ponto mais fraco na atual sequência de cinquenta e oito meses de aumento de preços pagos. Já os fabricantes registraram a primeira redução nos preços de fábrica em 27 meses.
O otimismo dos prestadores de serviços se enfraqueceu ainda mais em maio, com o índice que mede o sentimento em relação aos negócios caindo e indicando a sua marca mais baixa desde o início da coleta de dados, em março de 2007.
Ao mesmo tempo em que previsões de uma demanda mais forte e a Copa do Mundo foram mencionadas como fatores responsáveis pela expectativa de um aumento da produção, a incerteza econômica e as eleições foram vistas como ameaças cada vez maiores da perspectiva de negócios para daqui a doze meses.
Para o economista-chefe do HSBC no Brasil, André Loes, o que chamou atenção no PMI de serviços foi a queda expressiva do índice de expectativas pelo segundo mês consecutivo.
"Este índice caiu de 59,5 em abril para 52,2 em maio sinalizando um aumento no risco de queda para a atividade econômica nos próximos trimestres", comentou.