Kátia Abreu: "taxa de juros entre 8,5% e até 9% está muito compatível com o nível de inflação de 8,5%...se os juros reais do País aumentaram, não tem diferença nenhuma do mundo rural" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2015 às 13h37.
Brasília - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta segunda-feira, 20, que as novas taxas de juros para financiamento do setor agrícola serão "praticamente neutras" no Plano Safra 2015/2016. As taxas, como haviam adiantado o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a própria ministra, serão mais altas.
"(O Plano Safra) seguirá o mesmo curso, o mesmo rumo e as taxas de juro serão praticamente neutras, como foram no ano passado", afirmou a ministra.
Kátia, que participou de reunião na manhã desta segunda-feira com a presidente Dilma Rousseff e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, informou que o anúncio do Plano será no dia 19 de maio.
"A Fazenda e o Ministério da Agricultura têm trabalhado nos detalhes do Plano. A presidente melhorou bastante as propostas", afirmou, ressaltando que não poderia adiantar quais são esses pontos aprimorados. Ela explicou que em 2014 as taxas de juros foram, em média, de 6,5%, mesmo valor da taxa de inflação no País, o que tornou as taxas neutras.
A ministra garantiu que, apesar das novas taxas, haverá disponibilidade de verba para os financiamentos. "O essencial é decidir as diretrizes, os recursos não irão faltar", disse.
Segundo ela, os ajustes na economia adotados pelo governo não vão comprometer o Plano Safra. "O ajuste fiscal não pode ser sinônimo de imobilismo, não está sendo enquadrado em todos os programas de governo. Existem programas de governo que estão funcionando. O plano safra é um dos pontos que o governo exclui do ajuste", afirmou.
De acordo com Kátia Abreu, as taxas anunciadas na última semana para o pré-custeio, modalidade de financiamento de insumos, condizem com a realidade da economia.
"Acredito que taxa de juros entre 8,5% e até 9% está muito compatível com o nível de inflação de 8,5%. Independente de ajuste fiscal, se nós temos uma inflação maior, e os juros reais do País aumentaram, não tem diferença nenhuma do mundo rural. Nós vivemos no mesmo mundo que os demais empresários do Brasil vivem", disse.
Conab
Questionada se haverá troca de comando na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a ministra respondeu que não está informada. "Não tenho conhecimento, de manutenção ou substituição. Ninguém comentou nada disso comigo", disse.