Jorge Gerdau, ex-presidente da siderúrgica que leva o seu sobrenome e atual presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC) (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de julho de 2024 às 08h37.
Última atualização em 18 de julho de 2024 às 10h14.
Um dos empresários mais influentes das últimas décadas e testemunha ocular de momentos históricos do Brasil, Jorge Gerdau, ex-presidente da siderúrgica que leva o seu sobrenome e atual presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), afirma que o Plano Real foi um divisor de águas para o "desenvolvimento do país extraordinário".
"Com muito esforço e sacrifício conseguimos essa mudança. Foram momentos históricos da maior importância", diz Gerdau em entrevista exclusiva à EXAME sobre os 30 anos da reforma das reformas.
Jorge Gerdau relembrou que a solução de duas moedas, com uma delas sem inflação, foi um período importante para os empresários e a população entender a realidade de um país com a eficiência de custos.
"Foi uma oportunidade naquele momento em diante de se trabalhar realmente na busca de custos eficientes. Porque antes a eficiência da ginástica financeira era mais importante que o exercício de produtividade industrial ou empresarial", afirma o empresário.
O executivo afirma ainda que é difícil entender como o país conseguia operar em um cenário de hiperinflação e crise. Gerdau diz que o trabalho do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi a chave para o rompimento do "terror da inflação elevada" e responsável pela modernização do país, que atingiu todo e qualquer campo de atividade econômica.
"A liberação dessa inflação absolutamente louca fez toda uma mudança de trabalho e relacionamento, na relação trabalhista também. Foi uma modernização fantástica", diz.
Gerdau foi entrevistado para a série documental "Plano Real, 30 anos", um projeto audiovisual da EXAME que ouviu alguns dos principais economistas, executivos e banqueiros do Brasil.
Entre os entrevistados estão: