Shinzo Abe: o tamanho do pacote, de mais de 28 trilhões de ienes (265,3 bilhões de dólares), supera as estimativas iniciais (Yuya Shino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2016 às 09h16.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, revelou um pacote de estímulo econômico surpreendentemente grande de 265 bilhões de dólares nesta quarta-feira, aumentando a pressão sobre o banco central para corresponder às medidas com estímulo monetário no final desta semana.
O anúncio feito antes do que o esperado para impulsionar a economia impulsionou o mercado acionário japonês e outros na Ásia ao mesmo tempo em que pesou sobre o iene, mas faltavam detalhes cruciais sobre quanto do pacote será de gastos diretos do governo.
O tamanho do pacote, de mais de 28 trilhões de ienes (265,3 bilhões de dólares), supera as estimativas iniciais de cerca de 20 trilhões de ienes e é quase 6 por cento o tamanho da economia do Japão.
Será composto de 13 trilhões de ienes em "medidas fiscais", o provavelmente inclui gastos dos governos nacional e locais, bem como programas de empréstimo.
"Precisamos tomar medidas para sustentar a demanda doméstica e colocar a economia em uma trajetória de recuperação mais firme", disse Abe em um discurso no sul do Japão nesta quarta-feira. "Eu quero usar várias medidas para aumentar a nossa velocidade de escape da deflação."
O mercado espera que o banco central japonês produza algum poder de fogo próprio em sua reunião de política monetária, que termina na sexta-feira.
"A quantidade é tão grande que o pacote de estímulo deve ter um grande impacto econômico. O Banco do Japão deve afrouxar a política monetária, incluindo com o aumento das compras de dívida do governo, então pode-se dizer que o Banco do Japão pode absorver a nova dívida", disse o economista sênior do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities Hiroshi Miyazaki.
Muitas autoridades do Banco do Japão preferem adiar o afrouxamento já que esperam que o pacote de estímulo fiscal vai impulsionar o crescimento e melhorar as perspectivas para atingir a meta de 2 por cento de inflação.
Mas os movimentos do iene e as considerações políticas podem ser fatores decisivos para as autoridades do banco central, que refletem se devem expandir o estímulo ou guardar seus recursos para quando a economia piorar.