O acordo da Opep implica uma realocação indireta de produção extra de países incapazes de produzir mais petróleo para aqueles, como os seus, que são capazes de fazê-lo (Christian Hartmann/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de junho de 2018 às 11h33.
São Paulo - O Irã criticou o plano da Arábia Saudita de elevar a produção de petróleo e a pressão dos Estados Unidos sobre Riad, dizendo que isso violou a decisão da Opep na semana passada e depreciou o grupo de produtores.
A Opep e um grupo de países aliados concordaram no sábado em retornar a 100 por cento de conformidade com cortes de produção de petróleo previamente acordados, após meses de subprodução por países da Opep, incluindo Venezuela e Angola.
O governador iraniano da Opep, Hossein Kazempour Ardebili, reagiu a notícias de segunda e terça-feira de que a Arábia Saudita elevaria a produção em julho para 11 milhões de bpd, acima da meta da Opep de 10,058 milhões de bpd.
Na segunda-feira, o secretário de Energia dos EUA, Rick Perry, disse que o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo pode não ser suficiente para aliviar o mercado de petróleo.
"O Departamento de Estado diz que é pouco e a Arábia Saudita diz que produzirá 11 milhões de bpd em julho. Lamento dizer que os dois estão ridicularizando nossa organização", disse Kazempour à Reuters.
O ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse que o acordo da Opep implica uma realocação indireta de produção extra de países incapazes de produzir mais petróleo para aqueles, como os seus, que são capazes de fazê-lo. O Irã discorda fortemente.