Economia

Pisos salariais tiveram ganhos reais em 2011, diz Dieese

Em 2010, 95% dos pisos tiveram aumentos reais, 1% teve reajuste igual à variação do INPC e 4% ficaram abaixo desse índice

Carteira com dinheiro e moedas: o setor industrial registrou alta acima da inflação em 94% das negociações (Stock.xchng)

Carteira com dinheiro e moedas: o setor industrial registrou alta acima da inflação em 94% das negociações (Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 18h02.

São Paulo - Cerca de 92% dos pisos salariais negociados em 2011 tiveram reajuste acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados, divulgados hoje (11), são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que utilizou na pesquisa amostra de 637 negociações de pisos salariais.

Segundo o levantamento, a maior parte (52%) dos pisos analisados obteve ganhos reais de até 3%. O percentual de negociações com ganhos reais superiores a 6% alcançou a 13%. Apenas 7% das unidades de negociação consideradas reajustaram os pisos abaixo da variação do índice da inflação e 1% ficou igual.

Em 2010, 95% dos pisos tiveram aumentos reais, 1% teve reajuste igual à variação do INPC e 4% ficaram abaixo desse índice.

“Muito dos pisos estão referenciados no salário mínimo. O resultado da política de valorização do salário mínimo acaba refletindo positivamente nas negociações dos pisos. Por exemplo, para 2012, não há dúvida que o ganho que o salário mínimo teve no reajuste de 1º de janeiro, de 14%, se refletirá nas negociações”, disse o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre.

Nas negociações em 2011, o setor do comércio apresentou o maior quantidade de pisos com aumentos reais (95% das unidades de negociação analisadas). O setor industrial registrou alta acima da inflação em 94% das negociações. No setor rural e nos serviços, a proporção de negociações com aumentos reais nos pisos é menor: 89% e 87%, respectivamente.

Os maiores pisos salariais registrados no levantamento em 2011 pertencem a acordos do segmento das comunicações, publicidade e jornalismo; serviços de saúde; processamento de dados, metalurgia e indústria urbana – todos em valor acima de R$ 1,5 mil.

Em 2011, segundo o Dieese, o salário mínimo necessário (SMN) para cumprir a Constituição federal, variou entre R$ 2.194,18, registrado em fevereiro, e R$ 2.349,26, registrado em novembro. Ao longo do ano, o valor médio foi de R$ 2.272,45. Na média, o SMN foi 4,18 vezes superior ao salário mínimo oficial.

Acompanhe tudo sobre:DieeseRemuneraçãoSalário mínimoSalários

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo