Grãos de soja em fazenda em Cuiabá: segundo consultoria, embarques brasileiros devem subir nas próximas semanas (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 13h24.
Hamburgo - Os mais graves atrasos nas exportações de soja do Brasil, causados por gargalos logísticos no país, provavelmente acabaram, e os embarques brasileiros devem subir nas próximas semanas, disse nesta terça-feira a Oil World, consultoria alemã especializada em oleaginosas.
"As exportações brasileiras começaram a melhorar, e pode-se esperar que o pior dos atrasos de exportação já acabou", disse a Oil World em um relatório.
Após fracas exportações no primeiro bimestre, quando os estoques estavam baixos antes da chegada da nova safra aos portos, o Brasil exportou em março mais de 3,5 milhões de toneladas, o maior volume desde junho do ano passado.
E especialistas disseram à Reuters na segunda-feira que o país poderá elevar os embarques a partir de abril, em linha com a expectativa da Oil World, apesar dos problemas logísticos, à medida que mais soja chega aos portos.
"A Argentina voltou a exportar soja na segunda metade de março, com um ou dois carregamentos para a China no final do mês." Grandes exportações da Argentina e do Brasil são necessárias no início de 2013 para aliviar um apertado mercado global de soja, após uma pequena safra norte-americana ter tido que atender a demanda mundial nos últimos meses.
Mas os carregamentos da nova safra brasileira decepcionaram o mercado nas últimas semanas, com os portos e o sistema de transportes do país enfrentando dificuldades para lidar com pedidos de enormes volumes de soja de consumidores globais, concentrados em um período.
Filas de dezenas de navios se formaram nos portos brasileiros, e atrasos nos carregamentos levaram a China a transferir alguns pedidos para os EUA, e cancelar ou atrasar carregamentos do Brasil.
As exportações cada vez maiores de soja da Argentina devem melhorar a performance geral das exportações da América do Sul em abril e nos próximos meses, disse a Oil World.
"No entanto, ainda deve ser um grande desafio para Brasil e Argentina elevar as exportações de soja, bem como de óleo e farelo da oleaginosa, suficientemente para atender a demanda mundial de importação em um ambiente de embarques muito menores nos EUA", acrescentou.