As previsões fazem parte do boletim Focus, uma pesquisa que o BC realiza semanalmente entre cerca de 100 economistas (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2015 às 10h46.
Rio de Janeiro - Os economistas das instituições financeiras preveem que o Brasil terminará 2015 com uma retração de 1,2%, a pior desde 1990, e com uma inflação de 8,31%, a maior desde 2003, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
As previsões fazem parte do boletim Focus, uma pesquisa que o organismo emissor realiza semanalmente entre cerca de 100 economistas de bancos e entidades financeiras.
Os especialistas elevaram a previsão para a inflação em 2015 desde 8,29% calculada há uma semana até 8,31% prevista na pesquisa divulgada hoje. Há quatro semanas, calculavam um aumento de preços de 8,23%.
Se essa previsão se confirmar, a inflação deste ano será a maior nos últimos 12 anos e se aproximará dos 9,3% registrados em 2003.
A previsão supera por mais de dois pontos percentuais o teto máximo admitido pelo governo. A meta de inflação no país é de 4,5% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,5%.
O Brasil terminou 2014 com uma inflação de 6,41%, acima da de 2013 (5,91%), mas abaixo do teto máximo tolerado pelo governo.
Quanto à inflação para 2016, os especialistas reduziram sua previsão de 5,51% calculado há uma semana até 5,50% previsto na pesquisa divulgada hoje.
Após ter piorado suas previsões quatro semanas consecutivas, desde 1,01% até 1,2%, os especialistas mantiveram estável nesta semana a projeção para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,2%.
Se tal resultado se confirmar, a economia brasileira registrará neste ano seu pior comportamento nos últimos 25 anos, desde a queda de 4,35% que sofreu em 1990.
A previsão confirma, além disso, a tendência para baixo do PIB da maior economia latino-americana que, após ter crescido 2,7% em 2013, no ano passado se desacelerou consideravelmente e só subiu 0,1%.
Os especialistas também não preveem um forte recuperação em 2016, para quando mantiveram pela quinta semana consecutiva a previsão de crescimento econômico em 1%.