Economia

PIB dos EUA cresce 2,6% no 3º tri e avança mais do que o esperado

Após dois trimestres de queda e cenário de "recessão técnica", economia americana voltou a crescer no terceiro trimestre

Bolsa de Nova York: economia americana teve dois trimestres de queda, entrando em "recessão técnica" (Leandro Fonseca/Exame)

Bolsa de Nova York: economia americana teve dois trimestres de queda, entrando em "recessão técnica" (Leandro Fonseca/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 27 de outubro de 2022 às 09h41.

Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 10h21.

O PIB dos Estados Unidos cresceu 2,6% no terceiro trimestre em taxa anualizada, segundo divulgado nesta quinta-feira, 27, pelo Escritório de Análises Econômicas (BEA, na sigla em inglês), órgão do Departamento de Comércio do país.

O resultado, no período de julho a setembro, veio acima do consenso do mercado, que era de alta menor, de 2,3%.

A economia dos EUA teve sua primeira alta do ano no período, após queda nos dois primeiros trimestres. O país encerra assim um período de breve "recessão técnica", o que ocorre quando, pela definição, há dois trimestres consecutivos de retração na economia.

Os principais índices futuros dos EUA operavam em alta pouco antes das 10h com a notícia do PIB.

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Os destaques no trimestre foram a alta nas exportações (14,4%) e alta nos gastos do governo (2,4%).

O consumo privado, que responde por dois terços do PIB americano, também seguiu em alta e avançou 1,4%, após já ter tido alta nos trimestres anteriores, com destaque para o setor de serviços.

Dentro do investimento privado doméstico (isto é, feito de dentro do país e não estrangeiro), apesar da queda no investimento de capital fixo (-4,9%), o BEA aponta que um destaque foram os investimentos não residenciais, que subiram 3,7%, como compra de máquinas e equipamentos e propriedade intelectual. Essa frente amenizou a queda brusca nos investimentos residenciais (-26,4%).

Recessão nos EUA

Embora os EUA estivessem em recessão técnica pela definição, o país não chegou a entrar em uma recessão oficialmente.

A definição para recessão usada pelo governo dos EUA vai além de só dois trimestres de queda, com base no que decreta o National Bureau of Economic Research (NBER), um órgão econômico do governo. A instituição classifica recessão como uma queda mais ampla na economia, espalhada por vários setores e de forma prolongada, o que não chegou a ocorrer, diante do desemprego baixo no país.

"Quando se está criando 400 mil empregos por mês, isso não é uma recessão", havia dito a secretária do Tesouro, Janet Yellen, no primeiro semestre.

Os EUA vivem cenário de pleno emprego, com taxa de desemprego de 3,5% em setembro. 

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Apesar disso e do resultado do PIB no terceiro trimestre, os riscos crescentes de recessão nos EUA e no mundo seguem no radar em meio à inflação ainda persistente, a mais alta em 40 anos, e a subida de juros do Fed, banco central americano, em resposta.

Com altas sucessivas de juros e cenário mais favorável para o petróleo no mercado internacional desde junho, a inflação americana começou a arrefecer, com alta de 0,4% em setembro e acumulado anual de 8,2% (em queda após já ter superado 9% neste ano).

Mas, caso a inflação não siga caindo na velocidade esperada, o Fed pode ser obrigado a subir os juros de forma ainda mais brusca, levando a economia americana a uma recessão nos próximos períodos.

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