Economia

PIB do Brasil deve crescer 1,0% em 2016, prevê Moody's

A Moody's diz que o PIB brasileiro deve recuar 1,8% este ano, em meio a incertezas políticas, inflação elevada e deterioração na confiança dos investidores


	A Moody's afirma que a operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem deixado os investidores cautelosos sobre as empresas brasileiras não financeiras
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A Moody's afirma que a operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem deixado os investidores cautelosos sobre as empresas brasileiras não financeiras (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2015 às 12h18.

São Paulo - Em meio à visita de sua equipe ao Brasil, para analisar o rating soberano do país, a agência de classificação de risco Moody's divulgou nesta quinta-feira, 16, relatório no qual afirma que a atividade econômica fraca continuará sendo um desafio para as empresas brasileiras pelo menos até meados de 2016. 

No texto, a Moody's diz que o PIB brasileiro deve recuar 1,8% este ano, em meio a incertezas políticas, inflação elevada e deterioração na confiança dos investidores. Já para 2016 é esperado um crescimento de 1,0%.

"A economia do Brasil encolheu 1,6% no primeiro trimestre de 2015, comparado com o mesmo período do ano anterior - pior do que a queda de 0,2% no quarto trimestre do ano passado", diz no documento o vice-presidente e analista sênior da Moody's, Marcos Schmidt.

"As investigações de corrupção têm limitado significativamente a economia brasileira, pesando sobre os setores de construção e energia, com efeitos de contágio nas indústrias de aço e materiais de construção", acrescenta.

A Moody's afirma que a operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem deixado os investidores cautelosos sobre as empresas brasileiras não financeiras, limitando o acesso dessas companhias aos mercados globais de dívida.

Além disso, a confiança de empresas e famílias tem se deteriorado, em função do aumento no endividamento dos consumidores, altas taxas de juros, crescente inflação e desemprego.

A agência diz que os consumidores brasileiros cortaram gastos em bens duráveis e mesmo em itens não discricionários, como produtos farmacêuticos.

Schmidt aponta que as fracas condições econômicas e a reduzida demanda de passageiros vai limitar o crescimento da receita e das margens para as companhias aéreas brasileiras pelo menos até meados de 2016.

O mesmo deve acontecer com as empresas de telecomunicação, com queda na base de consumidores e nas receitas, enquanto as mineradoras sofrem com a demanda global frágil e os preços baixos do minério de ferro e outros metais básicos.

Já as fabricantes de celulose devem se beneficiar da queda do real. Ainda assim, a inflação, o desemprego e a retração na confiança dos consumidores deve impedir que essas empresas elevem preços.

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