Economia brasileira: puxada pela demanda privada (Cunaplus_M.Faba/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 09h02.
Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 11h32.
São Paulo — O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, informou o IBGE nesta terça-feira (03), mostrando uma aceleração da economia brasileira.
Os setores de serviços e indústria puxaram o resultado pelo lado da oferta, enquanto o consumo das famílias e investimento das empresas mostraram um movimento contínuo de recuperação pelo lado da demanda. Consumo do governo e demanda externa, por outro lado, tiveram contribuição negativa.
O resultado veio um pouco acima da expectativa de analistas do mercado, que tinha uma mediana de 0,4% de acordo com a Bloomberg.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, o crescimento foi de 1,2%, a décima primeira alta consecutiva nesta base de comparação.
No acumulado do ano, o crescimento foi de 1%. Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre de 2019 totalizou R$ 1,84 trilhão.
O IBGE também revisou os resultados dos trimestres anteriores, o que é praxe, e mostra um crescimento maior do que havia sido divulgado.
O PIB do segundo trimestre foi revisado para uma alta de 0,5%, ante cálculo anterior de 0,4%, enquanto o dado do primeiro trimestre foi revisado para estabilidade, e não mais queda de 0,1%. Já o resultado do ano fechado de 2018 também foi revisado para cima, de 1,1% para 1,3%.
A maior alta trimestral foi da Agropecuária com crescimento de 1,3%. Na comparação anual, esse setor também liderou as altas, com avanço de 2,1%.
Mas foram os serviços, por sua participação maior, que tiveram o maior impacto no PIB, com avanço de 0,4% ante o trimestre anterior.
Nos destaques entre os serviços, estão as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,2%) e o comércio (1,1%), assim como informação e comunicação (1,1%).
Já a indústria cresceu 0,8%, com destaque para os setores extrativo, que avançou 12% em relação ao segundo trimestre, puxado pela extração de petróleo, e de construção, com avanço de 1,3%.
Na comparação anual, a construção subiu 4,4%, o segundo resultado consecutivo após vinte trimestres consecutivos de queda.
Pelo lado da demanda, o destaque foi o consumo das famílias que mostrou seu décimo trimestre seguido de avanço, com alta de 0,8% em relação ao segundo trimestre e avanço anual de 1,9%.
Já o investimento cresceu 2% na base trimestral, o sexto trimestre de crescimento, e avançou 2,9% na base anual, oitavo resultado positivo após quatorze trimestres de recuo.
Apesar disso a taxa de investimento no terceiro trimestre ficou estável em relação ao mesmo período do ano anterior, na faixa de 16,3% do PIB.
No setor externo, as exportações caíram 5,5% na base anual e 2,8% na base trimestral, enquanto as importações cresceram 2,9% na base anual e 2,2% na base trimestral.