Comércio no Brasil (Victor Moriyama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 06h18.
Última atualização em 1 de setembro de 2017 às 08h10.
O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje, às 9h, o Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao segundo trimestre de 2017. De acordo com uma pesquisa da agência Reuters com economistas, o resultado deve ser um crescimento de 0,1% em relação ao primeiro trimestre do ano, o que confirmaria a saída do país da recessão.
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Mesmo assim, o número é considerado fraco e fica bem abaixo do 1% registrado entre janeiro e março, quando a agricultura e a exportação de veículos foram as estrelas da economia.
Mas há uma ótima notícia num número tão minguado: dessa vez, se confirmarem os dados, o crescimento é puxado pelo consumo das famílias, que teve uma retomada graças à baixa inflação.
Deve ser o primeiro número positivo no consumo privado em nove trimestres. Os investimentos ainda seguem em níveis baixíssimos.
As previsões para o PIB foram melhorando ao longo do segundo trimestre, conforme dados específicos foram se mostrando acima do esperado. Ainda assim, economistas não descartam uma variação zero, ou ainda um novo número negativo.
O IBC-Br, índice do Banco Central que busca antecipar o resultado divulgado pelo IBGE, registrou uma variação positiva de 0,25%.
Ainda de acordo com a previsão, o PIB deve ficar estável em relação ao mesmo trimestre do ano passado, frente a uma contração de 0,4% dos primeiros três meses do ano.
Os economistas concordam que resultados melhores devem vir apenas a partir do segundo semestre, quando a economia deve sair do atoleiro de vez.
Desde que a recessão começou, no quarto trimestre de 2014, o PIB caiu 8%, na maior recessão da série, que iniciou em 1901. Se os bons tempos ainda não voltaram de vez, o fôlego ao menos tem se reestabelecido aos poucos.
No fim das contas, a previsão para o fim do ano segue de um avanço de 0,7% no PIB. A taxa de desemprego, divulgada ontem, voltou a cair, para 12,8%, o que coroa a sucessão de boas notícias.
O cenário só não é mais positivo, como destaca Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados em coluna publicada nesta quinta-feira em EXAME, porque a crise aprofundou a diferença de salários entre quem é demitido e quem é admitido.
A indústria, por exemplo, tem contratado com salários 20% menores. A correção deve vir aos poucos, mas saídas de crise tendem a ser lentas.
Para 2018, a queda da taxa de juros e o fim de outros entraves devem puxar um crescimento um pouco mais robusto, como destaca Vale. Até lá, é preciso ter paciência, muita paciência.