Economia

PIB decepciona, mas investimentos têm melhor desempenho em 4 anos

Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, mostrou expansão de 1,6% no terceiro trimestre

PIB: resultado trimestral veio abaixo do esperado por analistas (jasastyle/Thinkstock)

PIB: resultado trimestral veio abaixo do esperado por analistas (jasastyle/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 09h51.

Rio de Janeiro/São Paulo - A economia brasileira ficou praticamente estagnada no terceiro trimestre deste ano, mas os investimentos mostraram o melhor desempenho em quatro anos, indicação de que a retomada da atividade pode ter ganhado fôlego depois do mais longo período de recessão enfrentado pelo país.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,1 por cento entre julho e setembro passado sobre o segundo trimestre, terceiro período seguido de expansão. Sobre o terceiro trimestre de 2016, o PIB cresceu 1,4 por cento, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado trimestral veio abaixo do esperado por analistas ouvidos em pesquisa da Reuters, que apontava que a economia cresceria 0,3 por cento entre julho e setembro na comparação com o trimestre anterior.

No entanto, o IBGE revisou para cima o desempenho do segundo trimestre na margem para mostrar crescimento de 0,7 por cento, sobre avanço de 0,2 por cento informado antes.

A pesquisa da Reuters mostrou ainda que, pela mediana das projeções, a expectativa era de que PIB cresceria 1,3 por cento sobre o terceiro trimestre de 2016.

Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, mostrou expansão de 1,6 por cento no terceiro trimestre, na margem, melhor resultado desde o segundo trimestre de 2013 (+3,2 por cento).

Os investimentos haviam secado conforme a economia brasileira entrou em recessão, a mais profunda em um século. Com endividamento e capacidade ociosa elevados, os agentes econômicos evitavam desembolsos produtivos.

Com os juros básicos caminhando para mínimas históricas, empresas têm tido mais facilidade para quitar dívidas e financiar planos de expansão. As concessões de infraestrutura também devem ter começado a dar frutos no terceiro trimestre.

O IBGE mostrou ainda que o consumo das famílias cresceu 1,2 por cento no terceiro trimestre sobre os três meses anteriores, enquanto que o do governo recuou 0,2 por cento.

Na mesma comparação, o setor agropecuário recuou 3 por cento, mas a indústria e serviços cresceram 0,8 e 0,6 por cento, respectivamente.

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