Notas de euro: os países que apresentaram os maiores incrementos do PIB foram Grécia, Eslováquia e Espanha (Denis Charlet/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2014 às 13h48.
Bruxelas - A economia da Zona do Euro conseguiu um modesto crescimento de 0,2% no terceiro trimestre do ano, após o arrefecimento detectado nos três meses anteriores, impulsionado pelo avanço de Grécia e Espanha, a melhora dos dados na França e em menor medida na Alemanha, que conseguiu não entrar em recessão técnica.
A Itália se manteve no campo negativo, mas suavizou sua contração econômica ao passar de uma taxa de 0,2% no segundo trimestre para uma de 0,1% no terceiro, segundo o cálculo antecipado publicado hoje pelo escritório comunitário de estatística, o Eurostat.
"Os números (do Eurostat) confirmam o que já anteciparam as previsões econômicas de outono: a recuperação está em curso, mas ainda é lenta e frágil", assinalou a porta-voz da Comissão Europeia (CE, órgão executivo da UE) Mina Andreeva na entrevista coletiva diária da instituição.
Andreeva reconheceu que a evolução do PIB no terceiro trimestre é uma "boa notícia", mas disse que "não há espaço para a complacência".
A Comissão considera que para reforçar a recuperação ainda se deve atuar em três frentes: conseguir uma política fiscal crível e que favoreça o crescimento, realizar reformas estruturais ambiciosas e usar todas as ferramentas disponíveis para impulsionar o investimento na Europa, assinalou a porta-voz.
Dentro da Zona do Euro os países que apresentaram os maiores incrementos do PIB no terceiro trimestre foram Grécia (0,7%), Eslováquia (0,6%) e Espanha (0,5%), enquanto os que tiveram números mais negativas foram Chipre (-0,4%) e Itália (-0,1%), ambos em recessão.
A Espanha continuou crescendo acima da média europeia, 0,5%, embora tenha retrocedido um décimo em relação ao trimestre anterior.
A economia francesa subiu 0,3%, acima das expectativas, e após haver experimentado queda de 0,1% no segundo trimestre.
A Alemanha, por sua vez, conseguiu evitar a entrada em recessão técnica ao registrar um crescimento de 0,1%, depois da queda de 0,1% do trimestre anterior.
O Escritório Federal de Estatística (Destatis) da Alemanha assegurou hoje que a economia do país se mostra em linhas gerais estável apesar da difícil situação econômica global, embora tenha reconhecido que os investimentos continuam freando o crescimento e que o ligeiro aumento do PIB no terceiro trimestre se deveu fundamentalmente às exportações e ao consumo privado.
Outras economias como as de Bélgica, Holanda, Portugal e Finlândia tiveram um crescimento modesto, todas 0,2%.
No caso da Bélgica, o 0,2% representa uma leve melhora em relação ao segundo trimestre (0,1%), enquanto na Holanda este nível representa uma piora, já que entre abril e junho o aumento de seu PIB foi de 0,6%.
Portugal chegou a 0,2% após ter tido uma taxa de 0,3% no segundo trimestre, e Finlândia repetiu 0,2% do segundo trimestre, o que implica uma melhora com a contração de 0,3% dos dois trimestres anteriores.
Fora da Zona do Euro, destacou o avanço da Romênia (1,9%), Polônia (0,9%) e Reino Unido (0,7%).
O número do Reino Unido é dois décimos pior que o do segundo trimestre, quando sua economia atingiu um crescimento de 0,9%.
Em comparação com o terceiro trimestre de 2013, a economia avançou 0,8% na área da moeda única e 1,3% nos 28 países do bloco, enquanto entre abril e junho deste ano, segundo os dados revisados, o PIB subiu 0,1% e 0,2%, respectivamente.
A evolução do PIB na área do euro durante o terceiro trimestre (0,2%) representa uma leve melhora a respeito do arrefecimento que provocou a má evolução do PIB de Alemanha, França e Itália entre abril e junho, quando o crescimento econômico ficou em 0,1%, segundo o dado revisado, depois de ter se mantido em 0,3% durante os dois trimestres anteriores.
Para o conjunto da UE a melhora é similar, ao haver registrado um avanço de 0,3% no terceiro trimestre, após ter se situado em 0,2% no segundo e em 0,4% nos dois anteriores.