PIB do bloco recuou 3,3% entre janeiro e março em relação ao mesmo período do ano passado (Yves Herman/File Photo/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de abril de 2020 às 07h23.
Última atualização em 30 de abril de 2020 às 10h58.
O PIB da zona do euro registrou contração de 3,8% no primeiro trimestre de 2020, a maior contração numa série histórica iniciada em 1995, quando foram adotadas medidas para conter o avanço do novo coronavírus, anunciou nesta quinta-feira (30) a Eurostat (agência europeia de estatísticas).
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou em suas últimas previsões uma contração de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 para o conjunto dos 19 países da zona do euro em consequência do coronavírus. A instituição não descarta a possibilidade de um impacto ainda maior.
A primeira estimativa da agência europeia de estatísticas foi precedida por resultados negativos anunciados por algumas das principais economias da Eurozona entre janeiro e março: queda de 5,8% na França, 5,2% na Espanha, 4,7% na Itália e à espera da divulgação dos dados da Alemanha.
Os dados da zona do euro em seu conjunto representam "as quedas mais importantes desde o início da série temporária em 1995", afirma o comunicado da Eurostat, que calculou em 3,3% a contração do PIB na comparação com o mesmo período de 2019.
O impacto das medidas de confinamento para conter a pandemia na Europa também foi sentido na inflação, que continuou em desaceleração em abril, a 0,4% em ritmo anual, após o resultado de 0,7% em março.
A inflação subjacente, que não leva em consideração os preços voláteis da energia, alimentos, álcool e tabaco, desacelerou em abril, 0,9%, nos 19 países do euro em seu conjunto, informou a Eurostat.
Além disso, o desemprego na Eurozona registrou uma leve alta, a 7,4% (quase 12 milhões de desempregados) em março, de acordo com a agência.
O percentual de desempregados subiu um décimo nos 19 países que compartilham a moeda única na comparação com fevereiro, quando registrou o menor nível desde março de 2008. A Holanda teve o menor índice, 2,9%.
De acordo com agência, o desemprego na Alemanha, maior economia europeia, subiu um décimo, a 3,5% em março.
O desemprego na Eurozona não parou de cair desde que ficou abaixo da barreira simbólica de 10% em setembro de 2016. De abril a junho de 2013 atingiu o recorde de 12,1%, em plena crise da dívida.
Mas a recessão prevista em 2020 deve provocar o aumento do número de desempregados, enquanto os grandes países do sul da Europa, mais afetados pela pandemia, continuam com níveis acima da média.
A Grécia tem o maior índice de desemprego, a 16,4% (dados de janeiro), seguida pela Espanha, com 14,5% em março (+0,9 na comparação com fevereiro).
A economia da zona do euro não foi a única atingida pela crise do coronavírus. O PIB dos Estados Unidos encolheu 4,8% no 1º trimestre, voltando a seu ritmo mais acentuado desde a Grande Recessão.