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Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 3 de setembro de 2024 às 11h06.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 3, que o resultado do PIB brasileiro do segundo trimestre pode provocar uma nova projeção das receitas para o próximo ano. Segundo o IBGE, a economia avançou 1,4% no período.
"Fechamos o orçamento com um PIB estimado em 2,5%. Qualquer coisa para além disso vai refletir no aumento de receitas provenientes do aumento da receita orgânica da economia. Isso é muito bom", disse.
O ministro ressaltou, porém, que a decisão ainda será analisada com calma pelo governo.
"Isso pode inclusive ensejar uma reprojeção das receitas para o ano que vem, se continuar forte como está. Então, nós vamos analisar com calma. A peça orçamentária está fechada com o que foi feito em julho. Mas de junho para cá, o PIB evoluiu mais do que nós imaginávamos na ocasião", afirmou.
Na segunda-feira, 2, o governo detalhou os números do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025 e revelou que depende de quase R$ 170 bilhões de receitas extras para fechar as contas. Um aumento da receita orgânica com um crescimento econômico maior do que o projetado pode ajudar a gestão petista no desafio de zerar o déficit público.
Haddad disse ainda que, com o crescimento divulgado hoje, a equipe econômica espera que o PIB possa superar um avanço de até 2,8% neste ano.
"A nossa projeção da SPE (Secretaria de Política Econômica) que estava para ser atualizada, era de 1,35%, então veio 1,4%, muito em linha com as projeções da SPE. Agora, nós vamos provavelmente reestimar o PIB para o ano, que deve, pela força com que ele vem se desenvolvendo, superar 2,7%, 2,8%, e há instituições que já estão projetando um PIB superior a 3%", afirmou o chefe da Fazenda a jornalistas.
A estimativa oficial do governo é de um crescimento acumulado de 2,5% em 2024. Em nota, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou que a projeção deve ser revisada para cima.
"A projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 2,5%, deverá ser revisada para cima, tornando-se mais próxima do crescimento observado em 2023", afirma a nota.
Ao comentar o resultado forte da indústria, Haddad disse que é preciso olhar para o aumento do investimento, pois ele garantirá um crescimento da economia com baixa inflação.
"Se não aumentarmos a capacidade instalada, vai chegar um momento em que teremos dificuldade de crescer sem inflação. Algumas indústrias ainda estão com muita margem para crescer a produção", disse.